Covid-19: ficar alheio é tão perigoso quanto em pânico, diz secretário
O secretário de Saúde do estado do Rio de Janeiro, Edmar Santos, afirmou hoje (16) que estar alheio às medidas de prevenção contra o coronavírus é tão perigoso quanto entrar em pânico. Santos disse que não há exagero nas restrições ao funcionamento de estabelecimentos e pediu que as ruas sejam esvaziadas antes que a situação […]
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O secretário de Saúde do estado do Rio de Janeiro, Edmar Santos, afirmou hoje (16) que estar alheio às medidas de prevenção contra o coronavírus é tão perigoso quanto entrar em pânico. Santos disse que não há exagero nas restrições ao funcionamento de estabelecimentos e pediu que as ruas sejam esvaziadas antes que a situação se agrave.
“O discurso sempre foi o de controlar o pânico. Se o pânico é um extremo ruim, ficar alheio à realidade é tão perigoso quanto o pânico. O caminho do centro é manter a calma e seguir a orientação das autoridades”, disse o secretário.
Santos destacou que a Itália vive uma “tragédia humanitária” porque as ruas só foram esvaziadas depois que a doença se alastrou. “É preciso que a gente faça as ruas do Rio de Janeiro ficarem vazias hoje, enquanto não tem nenhum morto e só um paciente grave.”
O secretário explicou que o apelo de evitar aglomerações é um pedido para reduzir qualquer contato de pessoa para pessoa. Quem não pode fazer home office [trabalhar em casa], por exemplo, deve ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Ele enfatizou que, se a pessoa tem que ir trabalhar e deixa de ir ao bar, de ir à praia, de ir ao restaurante, já contribui para reduzir o contato interpessoal. “É um efeito global.”
Ao pedir que as pessoas fiquem em casa, o secretário esclareceu que as crianças sem aulas não devem ser levadas para colônias de férias, parquinhos ou mesmo playgrounds de condomínio. “As crianças têm que ficar em casa. As pessoas só devem sair de casa para trabalhar, se não puderem trabalhar de casa, e para comprar comida e remédio. E para ir ao médico, se precisar”, afirmou Santos.
Ele acrescentou que os doentes com sintomas simples de resfriado, como febre baixa e coriza, não devem procurar as unidades de saúde. “Fique em casa em isolamento por 14 dias. Quem tem que procurar a unidade de saúde? Quem tiver piora do estado geral, vários dias com febre e, mais importante, piora do quadro respiratório, cansaço, dificuldade de respirar.”
Segundo a Secretaria de Saúde, que desde a semana passada recomenda que a população evite aglomerações, o estado do Rio tem 31 casos confirmados de coronavírus. A partir desta terça-feira (17), shopping centers, bares e restaurantes vão funcionar com restrições de horário e público, e academias e clubes deverão ficar fechados.
As projeções do governo do estado são de que, se as medidas preventivas forem respeitadas pela população e pelos empresários, o estado tenha entre 2 mil e 3 mil casos confirmados em um mês. No cenário oposto, em que a população desrespeite as restrições, o número de casos pode chegar a 24 mil, com mais de mil doentes graves necessitando de unidades de terapia intensiva (UTIs).
O governo estadual está em processo de compra e aluguel de respiradores e monitores para ampliar a capacidade de atendimento dos casos graves. Com os equipamentos, leitos de enfermaria simples poderão ser transformados em UTIs. A Secretaria de Saúde solicitou a compra 600 unidades de cada um dos equipamentos e o aluguel de mais 300.
Também estão sendo comprados equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde. “Faço um apelo por uma grande campanha de legitimação e incentivo aos profissionais de saúde, que estão com medo, como qualquer ser humano, e que colocarão suas vidas em risco e colocarão a vida de seus familiares em risco.”
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