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Brasil

Bolsonaro queria interferir em ministérios para melhorar relatórios, diz Ramos

O ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que o presidente Jair Bolsonaro queria “interferir em todos os ministérios” para “melhorar a qualidade de relatórios de inteligência” recebidos por ele. Os documentos foram alvo de críticas declaradas “de forma contundente” durante a reunião ministerial do dia 22 de […]
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O ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) afirmou em depoimento à (PF) que o presidente Jair Bolsonaro queria “interferir em todos os ministérios” para “melhorar a qualidade de relatórios de inteligência” recebidos por ele. Os documentos foram alvo de críticas declaradas “de forma contundente” durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, segundo o general.

Na mesma ocasião, o presidente disse que, a “título de exemplo”, se ele não estivesse satisfeito com sua segurança pessoal realizada no ” poderia trocar “até o ministro” responsável.

“Para melhorar a qualidade dos relatórios, na condição de Presidente da República, iria interferir em todos os ministérios para obter melhores resultados”, descreveu Ramos. “O presidente afirmou “vocês precisam estar comigo” e que era necessária união para o Governo atingir seus objetivos”.

“Também foi dito pelo presidente Jair Bolsonaro, na mesma reunião do dia 22 de abril de 2020, que, a título de exemplo, se ele não estivesse satisfeito com sua segurança pessoal realizada no Rio de Janeiro, ele trocaria inicialmente o chefe da segurança e, não resolvendo, trocaria o ministro, e nesse momento, olhou em direção ao ministro Heleno”, continuou o ministro.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sob comando do ministro Augusto Heleno, é a pasta responsável pela segurança do presidente e seus familiares.

De acordo com Ramos, a escolha deste “exemplo” por Bolsonaro pode ter levado a uma “interpretação equivocada por parte de algum ministro, incluindo o ex-ministro ”.

Solução intermediária

No dia seguinte, 23 de abril, Moro se reuniu com Ramos, Heleno e Walter Braga Netto (Casa Civil) para informar que o presidente lhe havia dito que trocaria o comando da Polícia Federal, e acrescentou que isso ocorresse, ele deixaria o governo.

À tarde, Ramos disse que fez uma ligação para Moro, sem o conhecimento de Bolsonaro, para perguntar se ele aceitaria uma “solução intermediária”, em que fosse apresentada uma lista com outros nomes que pudessem ser levados para o presidente. Moro disse que iria verificar e retornou, uma hora depois, afirmando de forma “contundente e clara” que indicaria apenas o nome do delegado federal Rosseti, número dois da PF na gestão Maurício Valeixo.

“E que além disso (Moro) não aceitaria mais ouvir falar em troca de superintendentes ou de Diretor Geral”, disse Ramos.

Ramos disse ter ficado “surpreso” com a menção a superintendentes “porque o presidente nunca falou sobre essa troca em reuniões ministeriais em que esteve presente”.

Segundo o ministro, como Moro apresentou apenas um nome “e pelo teor da conversa”, ele compreendeu que “não haveria solução para o problema”. Por isso, não consultou o presidente sobre o assunto e nem retornou ligações do ex-ministro.

Mudança de versão

Luiz Eduardo Ramos mudou sua versão no depoimento à Polícia Federal sobre declarações do presidente Bolsonaro envolvendo a troca de comando da corporação.

Inicialmente, o general afirmou que “não foi mencionado pelo Presidente que se não pudesse trocar o Diretor Geral da Polícia Federal ou o Superintendente da Polícia Federal no Estado de Janeiro, ele trocaria o próprio ministro”. Eduardo Ramos pediu, ao fim do depoimento, para substituir o termo “não foi mencionado” por “não se recorda se foi mencionado”.

A mesma mudança de versão foi feita em trecho que diz: “na presença do depoente, isso não foi dito na reunião do dia 22 de abril ou em qualquer outro momento”. O ministro mudou seu depoimento para: “não se lembra se na presença do depoente isso foi dito na reunião de 22 de abril ou em qualquer outro momento”

A defesa do ex-juiz Sérgio Moro se opôs à mudança, afirmando que ela “configura uma alteração material”.

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