O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (02) que falta humildade ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mas não pretende demiti-lo. Bolsonaro argumentou que não irá demitir o ministro da Saúde durante a “guerra”, em referência à atuação dele contra a pandemia do novo coronavírus, mas admitiu publicamente que tem tido problemas com o auxiliar.

“Não pretendo demiti-lo durante a guerra”, disse Bolsonaro, em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Rádio Jovem Pan, ao não garantir a permanência dele à frente da pasta após a pandemia.

Durante a entrevista, o presidente reconheceu que ele e Mandetta estão se “bicando há um bom tempo”. Para ele, o ministro da Saúde em algum momento “extrapolou” e tem tido falta de “humildade”.

O Estadão publicou que os dois têm protagonizado embates sobre a atuação do governo federal na tentativa de controle ao coronavírus. O presidente tem defendido relaxamento de medidas de isolamento social para evitar o agravamento da crise econômica. Já Mandetta, tem respaldado ações de contenção de governos estaduais e municipais para evitar uma maior propagação do vírus.

Bolsonaro disse que nenhum ministro do seu governo é indemissível e considerou que, em alguns momentos, Mandetta deveria ouvir um pouco mais o presidente. Destacou que Mandetta cuida da Saúde, o ministro Paulo Guedes da economia e ele atua no meio. Avaliou que não tem nenhum problema com Guedes, mas Mandetta quer fazer valer a sua posição.

“Tem faltado um pouco de humildade ao Mandetta”, disse. Para Bolsonaro, o clima de histeria e pânico contagiou parte dos profissionais do Ministério da Saúde.

“É igual numa guerra. Numa guerra, a gente vai perder soldados”, disse. “Boa sorte ao Mandetta, espero que ele prossiga na sua missão com um pouco mais de humildade”, reforçou.