Bolsonaro cogitou golpe militar com intervenção no STF, diz revista
Reportagem publicada pela Revista Piauí na edição deste mês revela que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cogitou aplicar um golpe militar no Brasil, precedido de uma dissolução do STF (Supremo Tribunal Federal), em maio deste ano. Conforme a publicação, Bolsonaro quis substituir os 11 ministros integrantes do STF por militares. Ele teria falado sobre […]
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Reportagem publicada pela Revista Piauí na edição deste mês revela que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cogitou aplicar um golpe militar no Brasil, precedido de uma dissolução do STF (Supremo Tribunal Federal), em maio deste ano.
Conforme a publicação, Bolsonaro quis substituir os 11 ministros integrantes do STF por militares. Ele teria falado sobre a ação em uma reunião ministerial. A ideia seria uma espécie de ‘contra-ataque’ do presidente em resposta a ações da Suprema Corte.
A reportagem afirma que naquela manhã da reunião, em maio passado, o entra e sai do gabinete presidencial foi grande e as conversas giraram entorno da definição da estratégia jurídica e de comunicação, sobre como se daria o golpe, de maneira a parecer que fosse algo legalmente aceito.
A motivação da intervenção foi o ministro Celso de Mello encaminhar à Procuradoria-Geral da República, um pedido de busca e apreensão do celular do presidente, para que Augusto Aras desse seu parecer sobre o pedido. Esse procedimento é padrão e acontece em toda denúncia ou pedido que envolva a figura da Presidência da República. Ao seguir o rito imposto, o ministro não ameaçou apreender o celular do presidente, mas seguiu o devido processo legal. Dez dias depois, o decano arquivou o processo.
A reportagem da revista Piauí mostra ainda um desfecho pouco esperado da reunião: o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, achou que a medida proposta pelo presidente – de destituir a Suprema Corte – seria um erro.
Naquele mesmo dia Heleno publicou uma carta com uma ameaça ao STF. “O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”, diz a carta.
O golpe de estado não aconteceu naquela manhã, segundo a revista, porque o presidente ficou convencido de que não havia ordem para apreender seu celular e que o governo daria uma resposta contundente à Corte. Ou seja, foi a carta de Heleno que acalmou Bolsonaro, mas acirrou os ânimos de todo país.
Tanto o Palácio do Planalto quanto o presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestaram sobre as informações trazidas pela reportagem.
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