Após deixar a prisão em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta sexta-feira (8) uma série de ataques contra a e denunciou o que chamou de “lado podre” da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal aos apoiadores que o aguardavam ao lado de fora.

“O lado mentiroso da Polícia Federal que fez inquérito contra mim, o lado mentiroso e canalha do Ministério Público Federal, e o Moro, eles não prenderam o homem, eles tentaram matar uma ideia”, disse, em uma fala que durou cerca de 15 minutos.

“Um lado podre do Estado brasileiro fez comigo e com a sociedade brasileira. O lado podre da Justiça, do MP, da Justiça, o lado podre da Polícia Federal e da trabalharam para tentar criminalizar a esquerda, criminalizar o PT, o Lula.”

Lula ainda lançou ataques específicos contra a Rede Globo, que também vem sendo alvo de críticas virulentas do presidente Jair Bolsonaro, e ainda criticou o procurador Deltan Dallagnol, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

“Se existe uma quadrilha e um bando de mafioso neste País, é essa maracutaia que fizeram para tentar, liderados pela Rede Globo, que o Lula era bandido. Eu quero dizer que se pegar o Dallagnol, se pegar o Moro, se pegar alguns delegados, e bater num liquidificador, o que sobrar não é 10% da honestidade que eu represento neste país”.

Lula deixou pouco antes das 18h a sede da Superintendência da Polícia Federal no Paraná, em Curitiba, onde passou um ano e sete meses preso. Ele foi recebido por uma multidão de apoiadores e figuras do PT do Paraná e do diretório nacional do partido. Desde que o ex-presidente foi preso, militantes se revezavam em uma vigília em frente ao prédio.

Ainda seu discurso, Lula disse que pretende viajar pelo país enquanto aguarda o julgamento de seus recursos à Justiça. “Amanhã tenho encontro no Sindicato e depois as portas do Brasil estarão abertas para que eu possa percorrer esse país”, disse. “Eu saio com o maior sentimento de agradecimento. Eu tenho vontade de provar que esse país pode ser muito melhor a hora que ele tiver um governo que não minta pelo como Bolsonaro mente”.

Desafeto de Bolsonaro, o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, celebrou no Twitter a soltura de Lula. “Comove a força de Lula para enfrentar essa perseguição. Sua fortaleza demonstra não só o compromisso, mas também a imensidão desse homem”, escreveu Fernández, cujos elogios ao ex-presidente nas últimas semanas provocaram a ira do governo Bolsonaro.

(Com agências)