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Brasil

Candidata do PSL presta depoimento e confirma ter sido ‘laranja’ de ministro do Turismo

O material de campanha da candidata a deputada estadual pelo PSL nas eleições de 2018 em Minas Gerais Zuleide Aparecida de Oliveira foi entregue nesta segunda-feira, 22, ao Ministério Público Federal. O caso está dentro das investigações da procuradoria sobre o suposto esquema de utilização de candidatas laranja pelo partido no passado e suspeitas de […]
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O material de campanha da candidata a deputada estadual pelo PSL nas eleições de 2018 em Minas Gerais Zuleide Aparecida de Oliveira foi entregue nesta segunda-feira, 22, ao Ministério Público Federal. O caso está dentro das investigações da procuradoria sobre o suposto esquema de utilização de candidatas laranja pelo partido no passado e suspeitas de caixa 2 na legenda. O material entregue pode ser a principal prova de que o partido não contabilizou gastos nas eleições 2018.

Zuleide afirmou ao jornal Folha de São Paulo ter sido chamada pessoalmente pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, para entrar na disputa como laranja. A candidata pelo partido nas eleições do ano passado prestou depoimento, também na segunda-feira, à procuradoria, em Pouso Alegre, Região Sul de Minas Gerais. Marcelo Álvaro Antonio era presidente do PSL em Minas até 2018.

O material de campanha entregue inclui cerca de 25 mil santinhos de propaganda de Zuleide, que teve a candidatura indeferida, “em dobradinha com o candidato Marcelo Álvaro Antônio, além de adesivos veiculares de propaganda do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, em dobradinha com seu atual ministro do Turismo”, conforme o MPF.

As investigações da procuradoria já identificaram que não houve registro de gastos de campanha pelo PSL estadual nem pelo partido no plano nacional. A legislação eleitoral diz que os recursos precisam constar de onde partiram. Consulta feita ao site da Justiça Eleitoral mostra que, na terça, 23, não havia receitas ou despesas na prestação de contas da então candidata do PSL. Também conforme a legislação, receitas e gastos, se ocorreram, precisam ser computados mesmo se a candidatura foi indeferida.

O fato de não constar registros de pagamento do material de campanha de Zuleide, e os santinhos terem sido produzidos, é a principal linha de investigação da procuradoria no que se refere ao suposto esquema de caixa 2. A reportagem tentou contato com as assessorias do PSL em Minas e , mas não conseguiu retorno.

Ao Ministério Público Federal, Zuleide confirmou as informações de que foi convidada pelo ministro para ser candidata laranja. À imprensa, a então candidata disse que o compromisso era o que devolver ao partido parte dos recursos que receberia de fundo eleitoral.

Nota enviada pelo ministro do Turismo diz: “reitero que não houve qualquer candidatura laranja no PSL de Minas Gerais e que o partido seguiu rigorosamente o que determina a lei. Já apresentei ao Ministério Público provas de que tudo o que vem me atingido nos últimos dois meses é resultado de uma disputa política local. Sigo confiante no trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça, onde as investigações estão em curso e sigo no aguardo da conclusão das investigações confiante de que a verdade prevalecerá”.

Segundo a procuradoria, o material entregue por Zuleide “será encaminhado ao órgão técnico de análise da prestação de contas eleitorais do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG)”. “Além do envio do material ao TRE-MG para seu cotejo com a prestação de contas, o procurador regional eleitoral em Minas Gerais, Angelo Giardini, não descarta a realização de outras diligências para apuração dos fatos”, afirma a procuradoria.

Além de Zuleide, o PSL acumula denúncias de mulheres que afirmam terem sido usadas como laranja nas eleições do ano passado. A primeira a confirmar ter sido pressionada a usar recursos de sua campanha para pagamentos de despesas que não as suas foi Cleuzenir Barbosa, de Governador Valadares, Região Leste de Minas, que hoje vive em Portugal. A ex-candidata afirma que não concordou com o esquema e que foi para o exterior por medo de continuar no .

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