O ministro Edson Fachin do STF (Supremo tribunal Federal) autorizou abertura de inquérito para investigar se houve repasses da J&F, holding que controla a JBS, a políticos do MDB nas eleições de 2014. A abertura atende pedido da Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, apresentado em abril.

A decisão do ministro foi tomada na terça-feira (15), mas só foi registrada no sistema eletrônico da Corte nesta quarta-feira (16).

A investigação foi autorizada com base na delação do ex-senador pelo MDB e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e do ex-executivo da JBS, Ricardo Saud. Eles disseram que o partido teria recebido R$ 40 milhões da J&F nas eleições de 2014.

O suposto pagamento a bancada do MDB no Senado teria sido pago pela JBS a pedido do Partido dos Trabalhadores.

Segundo Machado, os beneficiados seriam os senadores Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Eunício Oliveira (CE), Renan Calheiros (AL), Vital do Rêgo (PB), atual ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).

Além deles, teriam sido beneficiados os senadores Roberto Requião (PR), Valdir Raupp (RO), Eduardo Braga (AM), “dentre outros”, segundo o portal G1. De acordo com a Procuradoria, Saud, por sua vez, teria afirmado que houve pagamento de R$ 46 milhões aos políticos, também a pedido do Partido dos Trabalhadores.

Segundo contou o G1, o executivo disse que apesar de algumas doações terem sido feitas de forma oficial, “tratava-se de vantagem indevida, uma vez que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os partidos”.

O objetivo, segundo o delator, seria “manter a unidade no PMDB, já que havia, à época, risco de ruptura, com a perspectiva de integrantes do partido passarem a apoiar formalmente a campanha de Aécio Neves à Presidência da República”.

Quando o teor das delações foi divulgado, os senadores citados, que agora são alvos do inquérito aberto por Fachin, disseram que jamais teriam recebido valores de forma irregular.