Pular para o conteúdo
Brasil

Ato marca os 120 dias da morte de Marielle e cobra solução do caso

"Quanto mais precisam morrer?", registrava uma faixa
Arquivo -

Manifestantes se reuniram hoje (12) no centro do Rio de Janeiro para lembrar os 120 dias dos assassinatos da vereadora (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Os dois foram mortos a tiros na noite do dia 14 de março e o crime ainda não foi solucionado. As investigações estão em sigilo. O ato cobrou também a elucidação de diversos outros homicídios que permanecem sem solução na capital fluminense. Parentes de vítimas estiveram presentes contando suas histórias.

“Quanto mais precisam morrer?”, registrava uma faixa.

A mãe de Marielle, Marinete Silva, disse que a dor persiste. “O tempo passa e a angústia aumenta. Não é só a perda física da Marielle, é muito mais do que podíamos imaginar. Cada dia que passa é muito mais doloroso. Não dá para mensurar”. Ela disse se preocupar com o silêncio das autoridades, mas acrescentou que continuará acreditando que o caso será solucionado e manterá as cobranças.

A dor de Marinete Silva também é compartilhada por Janaína Alves, que perdeu seu filho adolescente há dois anos na comunidade do Borel, na zona norte do Rio de Janeiro. Segunda ela, o garoto tinha 16 anos e foi morto com um tiro na cabeça disparado por trás por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Ela conta que, na época, recebeu apoio de Marielle. No mês passado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ofereceu denúncia contra os envolvidos no crime. “Nós entregamos uma carta ao promotor listando inquéritos que estavam parados nas delegacias. E o caso do meu filho era um deles. Felizmente, veio a denúncia. E já se vão dois anos. Ele só foi denunciado por causa da nossa luta. Do contrário, não teríamos resposta”, diz Janaína.

Quem também pedia Justiça era o motorista autônomo Luciano Norberto que, em 2009, perdeu seu irmão no Morro da Coroa, também na zona norte da capital fluminense. Ele conta que o homicídio foi cometido por policiais, que irão a júri popular no ano que vem. “Dez anos depois. Para ver como a nossa Justiça é lenta, mesmo diante de todas as cobranças da família. Meu irmão era trabalhador. Minha mãe veio a falecer dois anos depois, porque ela entrou em depressão. E até hoje não vimos Justiça”, lamenta.

Ato

A concentração do ato foi marcada para 16h em frente à Igreja de Nossa Senhora da Candelária. De lá, os manifestantes organizaram uma marcha até a Cinelândia, onde mais cedo ocorreram protestos do público que acompanhava a sessão na Câmara Municipal que rejeitou a abertura de um processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB). Alguns remanescentes desses outros atos se juntaram à manifestação.

Estava presente a mulher do motorista Anderson Gomes e parentes do adolescente Marcus Vinícius da Silva, morto no mês passado no Complexo da Maré durante uma operação policial. Ele vestia um uniforme escolar e foi baleado.

Ex-assessora parlamentar de Marielle, Ana Marcela conta que as manifestações continuarão para cobrar respostas. “Marielle virou um símbolo mundial da luta pelos direitos humanos. Estamos ampliando a mobilização, lembrando que ela não é a única que foi morta dessa forma. No Rio de Janeiro, são milhares de jovens negros assassinados de forma similar em casos que também permanecem sem resposta e que, na maioria das vezes, não têm nenhuma atenção da mídia e das autoridades”.

Para Ana Marcela, saber quem matou a vereadora não é suficiente. Segundo ela, as razões também precisam ser esclarecidas.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
cpi diretores eleva frota

Frota velha do Consórcio eleva tarifa e causa defasagem, dizem diretores econômicos da Agereg

Perícia alega erro após nomear servidor condenado por corrupção e associação criminosa

Homem é cremado por engano em BH

Academia de Letras abre inscrições para Concurso de Poesia em MS

Notícias mais lidas agora

Para escapar de indenizar clientes, Consórcio Guaicurus diz à Justiça que ‘não transporta passageiros’

cpi diretores eleva frota

Frota velha do Consórcio eleva tarifa e causa defasagem, dizem diretores econômicos da Agereg

santa casa lotação

Morte de Sophie: Campo Grande tem apenas um leito SUS para cada 760 crianças

EUA confirmam prorrogação de isenção tarifária para alguns produtos da China

Últimas Notícias

Publieditorial

Gestão estratégica do seguro saúde: como reduzir custos sem comprometer a qualidade

O seguro saúde corporativo é um dos benefícios mais valorizados pelos colaboradores, mas também um dos que mais pesam no orçamento das empresas.

Cotidiano

Quatro ganhadores de Campo Grande levam R$ 25 mil cada no sorteio da Nota Premiada MS

Além dos sortudos com o prêmio máximo, 363 sul-mato-grossenses de diversas cidades acertaram a quina (cinco das seis dezenas) e serão contemplados com R$ 550,96 cada

Mundo

Eleição de aliado de Trump na Polônia pode alterar as políticas da UE e guerra na Ucrânia

Karol Nawrocki deve assumir cargo no início de agosto

Transparência

Prefeito de Nova Alvorada do Sul diz que vai privatizar hospital e não chamará aprovados em concurso

Ministério Público investiga o caso