Polícia Civil investiga morte do garoto no último domingo (26) em SP
Uma catadora de material reciclável afirma que viu o adolescente João Victor de Souza de Carvalho, de 13 anos, ser agredido por funcionários do Habib’s. A Polícia Civil investiga morte do garoto que morreu no último domingo (26) em frente a lanchonete localizada na Avenida Itaberaba, na zona norte de São Paulo.
Silvia Helena Troti, de 59, disse em depoimento no 28ºDP que “um homem forte, gordo, moreno com uniforme do Habib’s” segurou pela gola da camisa e deu um soco na cabeça do garoto. Ela também afirma que viu outro funcionário “alto e magro” puxar o adolescente pelos braços junto com o primeiro agressor e, juntos seguriam de volta à lanchonete. Segundo a catadora, o garoto desmaiou durante o trajeto e espumava pela boca.
Silvia também afirmou que se ofereceu para prestar depoimento na delegacia no dia do ocorrido, porém, segundo ela, os policiais militares que atenderam a ocorrência não quiseram ouvi-la, por achar que ela era “nóia”.
Durante o depoimento, ela foi acompanhada pelo advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), que vai acompanhar as investigações.
“Se os PMs tivessem dado crédito à testemunha, os autores desse crime bárbaro poderiam estar presos”, afirmou Castro. Os pais de João Victor também prestaram depoimento na delegacia.
O caso
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a ação dos seguranças da lanchonete Habib’s na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, que acabou na morte de um garoto de 13 anos em frente ao estabelecimento. O caso ocorreu na noite de domingo (26), quando o adolescente teve um mal súbito e morreu antes de chegar ao hospital.
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram chamados por moradores, por volta das 19h. Os PMs relatam que foram atender uma “ocorrência de agressão”, mas quando chegaram ao local, o garoto já havia sido levado pela unidade de resgate.
Segundo a família do garoto, ele teria sido agredido pelos funcionários após pedir dinheiro para clientes na porta do estabelecimento. Em seguida, teve parada respiratória e morreu antes de chegar ao Hospital do Mandaqui.
De acordo com os bombeiros, o garoto não apresentava sinais de agressão. Os médicos do hospital afirmaram, em ofício encaminhado à polícia, que o óbito “se deu por causa desconhecida”. O Instituto Médico-Legal (IML) vai elaborar um laudo para esclarecer a causa da morte dele. O documento deve ficar pronto em até 15 dias.
Em nota, o Habib’s informou que lamenta o caso e que vai colaborar com as investigações.