Família fala em agressão por parte dos seguranças da loja

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a ação dos seguranças da lanchonete Habib’s na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, que acabou na morte de um garoto de 13 anos em frente ao estabelecimento. O caso ocorreu na noite de domingo (26), quando o adolescente teve um mal súbito e morreu antes de chegar ao hospital.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram chamados por moradores, por volta das 19h. Os PMs relatam que foram atender uma “ocorrência de agressão”, mas quando chegaram ao local, o garoto já havia sido levado pela unidade de resgate.

Segundo a família do garoto, ele teria sido agredido pelos funcionários após pedir dinheiro para clientes na porta do estabelecimento. Em seguida, teve parada respiratória e morreu antes de chegar ao Hospital do Mandaqui.

De acordo com os bombeiros, o garoto não apresentava sinais de agressão. Os médicos do hospital afirmaram, em ofício encaminhado à polícia, que o óbito “se deu por causa desconhecida”. O Instituto Médico-Legal (IML) vai elaborar um laudo para esclarecer a causa da morte dele. O documento deve ficar pronto em até 15 dias.

Na manhã desta terça-feira (28), um protesto foi realizado em frente ao local.

Representantes da unidade da lanchonete afirmaram ao policiais que o menino era conhecido do local por pedir dinheiro e comida aos clientes, mas que, naquela noite, ele estava “importunando os clientes, inclusive com um pedaço de madeira”. Ainda segundo eles, o adolescente ameaçava quebrar o vidro da loja e chegou a jogar pedras contra carros e um dos funcionários.

Eles ainda relatam que quando foram repreendê-lo, o garoto “saiu correndo e nesse instante teve um mal súbito”.

Segundo notíciado pelo Uol, o pai do garoto assim que soube do incidente, foi até o hospital. Ele  informou que o garoto era usuário de lança-perfume.

Fernanda Cassia de Souza, de 34 anos, mãe do adolescente, contou que o garoto sempre fica na frente da lanchonete para pedir dinheiro aos clientes, mesmo contra a vontade dos pais.

“Quando ele saía de casa, era certeza que o encontraríamos lá. Ele nunca agrediu ninguém, nunca roubou e, por isso, nunca foi preso. É muito estranho falarem que ele teve mal súbito, pois tinha a saúde perfeita”, disse Fernanda.

Ela ainda disse também que foi até o Habib’s assim que soube do incidente com o filho. No local, alguns clientes contaram que teriam presenciado o garoto ser agredido na frente da lanchonete pelos seguranças.

“Alguns clientes foram no enterro. Um deles disse que deu moedinhas para ele antes de acontecer essa tragédia.”, completou a mãe.

Em nota, a assessoria do Habib’s disse que considera o fato lamentável. “A franqueadora leva em consideração as informações relatadas pelos funcionários da unidade franqueada, presentes no momento da ocorrência, bem como os relatos registrados em B.O. A polícia foi acionada, assim que verificaram que a conduta do menor estava incontrolável, ameaçando o patrimônio físico da loja e dos clientes. Imediatamente, também o resgate foi acionado.”

A assessoria ainda informou que tomou as providências para socorrê-lo e vai se “empenhar em esclarecer todos os detalhes do ocorrido com prioridade”.