Julgamento será retomado na próxima semana

Os ministros Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmaram nesta terça-feira (14) não esperarem atritos com o Congresso se a Corte decidir restringir o foro privilegiado de políticos, em julgamento marcado para a semana que vem.

No dia 23, o plenário da Corte retoma análise de uma proposta para limitar o direito que parlamentares e ministros têm de ser investigados e processados na Corte somente para aqueles casos ligados ao cargo. Em junho, quando começou o julgamento, quatro dos 11 ministros votaram a favor da ideia.

Indagados nesta terça sobre o assunto, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes minimizaram a possibilidade de reação negativa por parte do Parlamento.

“A prerrogativa de foro não é algo republicano, tem de acabar. Nós não julgamos cargo, nós julgamos ocupante”, disse Marco Aurélio.Ministros não veem atrito com Congresso em eventual restrição do foro privilegiado

“Estava pautado, teve pedido de vista, então é um assunto que já estava sendo discutido, pelo entre o Congresso lá com as emendas e aqui, há pelo menos 6 meses. Então acho que não vai ter problema nenhum”, disse Alexandre de Moraes.

Moraes será o primeiro a votar no dia 23, porque pediu vista do processo em junho, para ter mais tempo de análise. Depois dele votam Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello.

Marco Aurélio, que já votou para restringir o foro, disse que é preciso acabar “o elevador processual, o sobe e desce”, em referência a mudanças sucessivas de tribunal de ações conforme os políticos transitam entre diferentes cargos públicos.

“É sempre o momento se pudermos reinterpretar o arcabouço normativo para diminuir o leque de atribuições do Supremo é muito positivo. O Supremo está inviabilizado”, afirmou.