Fazenda de ex-presidente da CBF é desocupada pelo MST no estado do Rio
Prazo era de três horas para saída dos manifestantes
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Prazo era de três horas para saída dos manifestantes
A Vara Única da Comarca de Piraí, no estado do Rio de Janeiro, acolheu pedido de liminar dos advogados do ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, visando a reintegração de posse da Fazenda Santa Rosa, ocupada no início da manhã de terça-feira (25), por manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). As terras são de Teixeira.
A decisão dava aos manifestantes um prazo de três horas – a partir da notificação – para desmobilizar o protesto e autorizava a utilização de força policial em caso de descumprimento.
A liminar determinou ainda que um oficial de justiça cumprisse a decisão e identificasse os líderes do movimento, o número de acampados e possíveis bens que foram objeto de dano. Ficou também fixada multa diária de R$ 30 mil em caso de nova ocupação.
O MST cumpriu a decisão e desocupou a fazenda na manhã desta quarta-feira (26), após a realização de um último ato político. A ocupação da fazenda Santa Luzia, em Piraí, foi feita por 350 famílias, segundo o MST, como parte da Jornada Nacional do MST em defesa da Reforma Agrária. O ato ocorre em outras partes do país e também marca o Dia do Trabalhador Rural.
MST acusa Ricardo Teixeira
Em seu site, o MST afirma que Teixeira é um “notório denunciado” e “não só desencadeou todo um sistema de estelionato sobre o futebol e lavagem de dinheiro no Brasil, segundo estimam procuradores do Ministério Público Federal, como sua expertise em corrupção no futebol é pauta do FBI e da polícia espanhola”.
Ricardo Teixeira teve um mandado de prisão expedido pela justiça espanhola, e a Procuradoria Geral da República já pediu às autoridades do país europeu acesso às investigações. O ex-dirigente é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa na Espanha. Como ele é brasileiro nato, não pode ser extraditado, mas os procuradores buscam uma forma de viabilizar as investigações no Brasil.
“Quando a documentação for recebida pela Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República, vai ser encaminhada ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, que irá analisar o caso e tomar as medidas cabíveis”, diz a nota do Ministério Público Federal.
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