Em cinco anos, corporação teve 547 mortes de policiais
Entre 2015 e 2016, houve um aumento de 69,5% no número de baixas da Polícia Militar do Rio de Janeiro, segundo informado pela própria corporação. Segundo o jornal O Globo, os pedidos para sair da corporação são motivados pela violência, má remuneração e desvalorização profissional.
Em 2015, foram 59 pedidos de baixa. Já em 2016, foram 100. No mesmo período, a Secretaria de Planejamento do Estado do Rio de Janeiro afirma que houve um recorde no número de pedidos de aposentadoria, com mais de 2,9 mil PMs se aposentando.
Os números agravam a crise de segurança no Rio de Janeiro, num círculo vicioso, em que a baixa no número de policiais aumenta a sensação de insegurança gerando mais baixas. “Há um descontentamento generalizado”, explica o ex-comandante da PM-RJ, coronel Ibis Teixeira.
“Não vemos nada de concreto para reverter este quadro de violência. Isso causa desesperança. Os indicadores de criminalidade nos mostram que homicídios, roubos de rua, além das mortes decorrentes de intervenção policial vêm crescendo”, afirmou Ibis.
Desde o início do ano, foram registradas 91 mortes de policiais militares no Rio de Janeiro. O número é equivalente ao total de ocorrências de mortes dos servidores da corporação em todo o ano de 2015. Nos últimos cinco anos, 547 policiais militares foram assassinados em todo o Estado.
A insegurança e depressão levou ao suicídio de outros cinco PMs no Rio de Janeiro este ano. De acordo com o Núcleo Central de Psicologia da corporação, outros 1,4 mil policiais militares estão licenciados do serviço por problemas psicológicos.
“A corporação está doente. A perda de colegas em serviço afeta muitos os agentes, seja na parte física […], seja na emocional, quando muitos têm choros convulsivos, ansiedade, dificuldade de dormir”, explica a coordenadora do Gepesp (Grupo de Estudo de Pesquisa em Suicídio e Prevenção), Dayse Miranda.