PF suspeita de propina em obras do Metrô durante gestão de Alckmin
E-mails da Odebrecht apontam pagamentos em contratos
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E-mails da Odebrecht apontam pagamentos em contratos
As investigações da força-tarefa da Lava Jato apuram suspeitas de pagamento de propina em 2004 e 2006, que teriam sido feitos pela Odebrecht ao governo paulista em contratos de obras de transporte urbano.
De acordo com o delegado Filipe Hile Pace, a PF (Polícia Federal) investiga o pagamento de R$ 2 milhões em contrato da Linha 2 do Metrô de São Paulo, feito em agosto de 2004 com autorização de Marcelo Odebrecht.
Arquivos da empresa, encontrados pelos agentes, citam o repasse a “Careca” e “Comunicação”. Nas trocas de e-mails, aparecem ao todo nove apelidos. Seis deles são ligados a obras na Linha 2 do Metrô de São Paulo. Uma planilha cita pagamentos a “Corintiano”, “Estrela”, “Bragança” e “Brasileiro”.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, são mencionados um pedido de R$ 500 mil, em 2004, para “ajuda de campanha com vistas a nossos interesses locais” e assinada pelo diretor Marcio Pellegrini, responsável pelo contrato da empreiteira com o governo de São Paulo na Linha 4. No texto, é citado o codinome “Santo”.
Foi identificado também o pagamento de R$ 26,6 milhões a receptores identificados nos e-mails como “Ibirapuera” (três parcelas de R$ 306 mil), “Campinas” (2,5% sobre pagamentos) e “Casa de Doido” (0,5 % do contrato).
De acordo com o jornalista Murilo Ramos, da revista Época, os investigadores apuram suspeitas no contrato com a Emtu (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), controlada pelo governo paulista.
A PF ainda não sabe a quem se referem os apelidos. Os contratos foram feitos durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), que governou o estado de março de 2001 a março de 2006, quando se afastou para se candidatar a presidente da República.
Defesa
Por meio de nota, o governo de São Paulo afirma que “ está à disposição para colaborar com a força tarefa e já determinou que a Corregedoria-Geral da Administração (CGA) solicite compartilhamento de informações”.
A Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo entrou em contato, por meio de sua assessoria, com o repórter Murilo Ramos, e afirmou que “a relação do governo do Estado e seus contratados para a realização de obras ou prestação de serviços é baseada nos princípios legais e com aprovação de suas contas pelos órgãos competentes”.
O órgão declara que “a EMTU e o Metrô não podem comentar mensagens cifradas obtidas por uma operação que ainda está em curso e que foram divulgadas pela imprensa” e que “empresas, contudo, estão à disposição para colaborar com a Força Tarefa da Lava Jato e esclarecer toda e qualquer informações”.
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