Perícia diz que PMs alteraram cena da morte de garoto em SP

Não há indícios de disparos de Italo, ao contrário do que disseram policiais

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Não há indícios de disparos de Italo, ao contrário do que disseram policiais

Peritos que investigam o caso do menino Ítalo, de 10 anos, morto por um policial militar no último dia 2, em São Paulo, afirmam que o local onde o garoto morreu foi alterado pelos PMs envolvidos. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Os trabalhos foram dificultados, segundo os peritos, pelo fato de os policiais terem revirado o carro, tirado o corpo da criança da posição original e retirado o revólver calibre 38 do local. Ainda segundo a Folha, os peritos destacam que exames importantes não puderam ser feitos com precisão.

Os investigadores trabalham com a hipótese de que o menino tenha sido morto enquanto tentava descer do veículo. Delegados do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) ouvidos pelo jornal paulista afirmam que o procedimento legal seria manter a cena intacta, o que não foi cumprido no caso, de acordo com o laudo.

Os primeiros resultados mostraram que as mãos da criança tinham rastros de chumbo e pólvora, mas que não havia sinais de disparos feitos de dentro do veículo, como afirmaram os PMs. No entanto, a perícia ainda não descarta a versão dos policiais.

A Secretaria de Segurança Pública paulista, ligada ao governo de Geraldo Alckmin, afirmou em nota publicada na quinta-feira (9) que a cena foi modificada para que os policiais fizessem revista no carro furtado, e que o corpo de Italo foi mudado por causa do atendimento médico.

(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)