Delegado foi afastado por acusações de constrangimento contra a vítima

O delegado Alessandro Thiers, que afirmou não estar convencido de que teria havido estupro coletivo no caso da adolescente de 16 anos violentada por 33 homens no Rio de Janeiro, foi afastado pela Polícia Civil do caso, atendendo a pedidos do MP (Ministério Público) do Rio e da advogada que cuidava do caso, Eloísa Samy.

O portal online da rede BBC afirma que a advogada e o MP alegaram que Thiers não teria imparcialidade para cuidar do caso, tendo tratado a adolescente com ‘machismo e misoginia’. De acordo com nota da Polícia, o caso foi passado para a responsabilidade da delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima). Em entrevista ao programa Fantástico, a vítima afirmou que se sentiu constrangida pelas perguntas do delegado, que questionou a vida pessoal da adolescente.

A advogada afirma que a vítima será atendida pelo PPCAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte), coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, segundo a rede televisiva GloboNews. A adolescente também já teria sido retirada de sua casa e levada a um local não divulgado.

Transferência do caso

A advogada Eloísa Samy Santiago postou em seu perfil no Facebook, neste domingo (29), que a família da vítima dispensou seus serviços, por “agora estar sob os cuidados e a proteção da Secretaria de Direitos Humanos do Estado”. Mais tarde, em outra postagem, ela afirmou que “não está ressentida”.

“Para ser muito franca, estou satisfeita por ter podido contribuir e prestado auxílio à vítima e aliviada pelo Estado haver assumido suas responsabilidades, o que deveria ter sido feito desde o primeiro dia”, disse a advogada sobre a transferência do caso para a Secretaria de Direitos Humanos.