Tiros eram “para assustar”, diz advogado de soldado que matou surfista

Ricardinho, como era conhecido, foi baleado por um policial militar após uma discussão

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Ricardinho, como era conhecido, foi baleado por um policial militar após uma discussão

Cercado por amigos e parentes vestidos de branco, o corpo do surfista Ricardo dos Santos, 24 anos, foi enterrado na tarde de ontem no cemitério de Paulo Lopes, a 22km de Florianópolis. O velório aconteceu na noite de terça-feira. Ricardinho, como era conhecido, foi baleado por um policial militar após uma discussão em frente à casa onde morava, no balneário de Guarda do Embaú, município de Palhoça (SC), na última segunda-feira. Laudo divulgado ontem mostrou que o atleta foi atingido por duas balas na região do tórax e do abdômen, e não por três, como havia sido divulgado anteriormente.

Ricardinho foi atingido após uma discussão com o soldado Luis Paulo Mota Brentano, 25 anos. Segundo a família do rapaz, Brentano usava drogas em frente à casa do surfista e teria estacionado o carro em cima de canos usados em uma obra no imóvel. Ricardinho teria reclamado e recebido os tiros em seguida. O policial alegou ter agido em legítima defesa. Em depoimento na última segunda-feira, ele afirmou que, após a discussão, Ricardinho buscou um facão em casa e, por isso, atirou. Ontem, o advogado Gilmar Schelbauer, que defende o policial, disse que os disparos eram “para assustar”, e não para acertar.

O policial já respondeu a outros processos por abuso de autoridade, lesão corporal, ameaça e invasão de domicílio. Mas foi absolvido de todos eles. Brentano está detido no 8º Batalhão em Joinville, no norte do estado. O irmão dele estava no carro e foi considerado uma testemunha. O comandante da polícia militar em Santa Catarina, Marcelo Arruda, repudiou a atitude e abriu um inquérito interno para apurar a conduta do soldado. Além disso, ele será indiciado por homicídio doloso qualificado.

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