Banco é suspeito de comandar esquema de lavagem de dinheiro e fraude fiscal

O Ministério Público da Suíça abriu uma investigação penal contra o HSBC Private Bank por lavagem de capitais e iniciou uma operação de revista na sede do banco em Genebra.

“A promotoria anuncia, após as recentes revelações públicas relacionadas ao banco HSBC Private Bank (Suíça), que abriu um procedimento penal contra o banco por lavagem de capitais com agravante”, afirma um comunicado do MP.
 
A revista acontecia na sede do HSBC em Genebra, sob o comando do procurador-geral do cantão, Olivier Jornot, auxiliado pelo promotor Yves Bertossa.
 
A investigação foi aberta contra o banco, mas “em função de sua evolução” pode envolver também pessoas físicas “suspeitas de ações de lavagem” ou de participação nas mesmas, segundo a promotoria.
 
A filial suíça do banco HSBC está imersa em um escândalo de fraude fiscal e lavagem de capitais, o chamado SwissLeaks, revelado pela imprensa no dia 9 de fevereiro. 
 
A imprensa internacional divulgou o caso com dados que foram retirados do banco pelo ex-técnico de informática do banco Hervé Falciani. 
 
O escândalo Swissleaks mostrou que bilhões de dólares teriam transitado pelo banco para escapar dos impostos ou para a lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada.
 
SwissLeaks: investigação contra o HSBC na Suíça
 
O banco HSBC na Suíça, que está no centro de um vasto escândalo de fraude fiscal e lavagem de capitais, é objeto de uma investigação penal na Suíça e uma operação de busca em suas instalações.
 
O Ministério Público da Suíça anunciou a abertura de uma investigação penal contra o HSBC Private Bank por lavagem de capitais e uma operação de revista na sede do banco em Genebra.
 
Este anúncio prejudica ainda mais a reputação dos bancos suíços, alvos há vários meses de juízes estrangeiros, que abriram seguidos processos por fraude e evasão fiscal.
 
Em relação ao caso do HSBC (Suíça), o caso tomou um novo rumo com a intervenção da justiça suíça, 10 dias depois um escândalo de fraude fiscal e lavagem de capitais, o chamado SwissLeaks, revelado pela imprensa no dia 9 de fevereiro.
 
Até então, o banco suíço, filial do banco britânico HSBC, era alvo de processos apenas em instâncias estrangeiras e parecia seguro em seu território.
 
Nenhuma investigação havia sido aberta pela FINMA, a autoridade de supervisão dos mercados financeiros suíços.
 
Em uma declaração publicada após a operação de buscas, o HSBC (Suíça) afirma “cooperar de maneira contínua com as autoridades suíças desde que tomou conhecimento do roubo de dados em 2008”.
 
No exterior, o HSBC (Suíça) foi processado judicialmente na França e na Bélgica.
 
Na Suíça, a investigação foi aberta contra o banco, mas “em função de sua evolução” pode envolver também pessoas físicas “suspeitas de ações de lavagem” ou de participação nas mesmas, segundo a promotoria.
 
O banco poderá ser condenado a pagar uma pesada multa. Sentenças de prisão também são possíveis, de até 5 anos de prisão.
 
A operação de revista acontecia na sede do HSBC em Genebra, sob o comando do procurador-geral do cantão, Olivier Jornot, auxiliado pelo promotor Yves Bertossa.
 
A imprensa internacional divulgou o caso SwissLeaks com dados que foram retirados do banco em 2007 pelo ex-técnico de informática do banco Hervé Falciani.
 
Estes dados revelam que durante novembro de 2006 e março de 2007, quase US$ 180 bilhões teriam transitado por contas do HSBC em Genebra, para fraudar o fisco, lavar dinheiro sujo ou financiar o terrorismo internacional.
 
Os bilhões de dólares pertencentes a mais de 100.000 clientes e 20.000 pessoas jurídicas teriam transitado por estas contas de Genebra, dissimuladas, entre outras, por estruturas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens britânicas.
 
Esta semana, em Paris, foi aberto um julgamento por sonegação fiscal contra a herdeira da casa de alta costura Nina Ricci, acusada de esconder mais de 18 milhões de euros no HSBC-Suíça.
 
Práticas antigas 

 
Desde a publicação do SwissLeaks, o banco suíço defende que as práticas denunciadas ficaram no “passado”. Também afirma ter mudado completamente de estratégica após 2008.
 
O HSBC (Suíça) não é o único na mira dos juízes estrangeiros.
 
O banco UBS, o número 1 da indústria na Suíça e líder mundial de gestão de fortunas, está no olho do furacão na França.
 
Juízes franceses emitiram um mandado de prisão contra três ex-executivos do banco acusados de lavagem e fraude fiscal agravada.
 
O UBS é suspeito pela França por ter convencido ilegalmente ricos clientes franceses para abrir contas na Suíça, sem o conhecimento das autoridades fiscais.
 
Os mandados de prisão foram emitidos já que os três ex-executivos não responderam a uma intimação.
 
Vivendo na Suíça, esses três ex-executivos eram, até o final dos anos 2000, responsáveis pela gestão de ativos para a Europa Ocidental e para a França.
 
Como parte da investigação, o UBS precisou pagar uma caução de EUR 1,1 bilhão. 
 
O UBS nega as acusações de lavagem de fraude fiscal.