Partido deve assumir Ministério da Saúde e terá sete pastas

A presidente (PT) deve anunciar na quinta-feira (1º) sua reforma ministerial, mas algumas medidas já são dadas como certas, entre elas o maior espaço do PMDB na administração petista, passando a comandar o Ministério da Saúde, pasta com maior orçamento: R$ 91,5 bilhões. Outras mudanças da petista também ampliarão o número de lulistas no primeiro escalão.

O atual ministro da Saúde, Arthur Chioro, que é do PT, já foi avisado na terça-feira (29) sobre a inclusão da pasta no pacote de Dilma. Caberá à bancada do PMDB na Câmara dos Deputados indicar o substituto.

Além dos deputados, a bancada no Senado e o grupo ligado ao vice-presidente, Michel Temer, serão contemplados com ministérios. Dos seis a que ocupa atualmente, o PMDB passará a atuar em sete pastas, segundo as informações vindas de Brasília.

No campo político, a manobra tenta garantir apoio na votação de matérias de interesse do governo no Congresso Nacional. A ideia inicial era manter as seis pastas com peemedebistas – Agricultura, Aviação Civil, Portos, Turismo, Minas e Energia e Pesca –, mas a inconstância da base a teria obrigado a ampliar os poderes do PMDB na gestão.

Problema em casa

Dentro de casa também há problemas. Já há informações confirmando que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, será deslocado para a Educação, dando lugar a Jacques Wagner, por uma indicação de Lula.

O ex-presidente, por sua vez, defende a mudança por entender que Mercadante tem sido mais empecilho do que apoio à articulação do Planalto com o Congresso. Outro lulista, Ricardo Berzoini, deve sair das Comunicações para assumir a articulação política.

Reação

As mudanças na equipe de Dilma geraram reações imediatas na oposição. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por exemplo, disse ao jornal Folha de S. Paulo que a presidente faz “pacto com o demônio” e “vai ser governada” pelo PMDB.

Derrotado pela pepista na corrida presidencial em 2014, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) disse que Dilma distribui poder “como numa feira livre” ao comentar a reforma ministerial. Também reforçou o discurso do ex-presidente tucano, avaliando que Dilma será governada pelo PMDB.