Condenado por estupro coletivo, Gleison Vieira da Silva foi espancado na última sexta-feira

Três dias após a morte do adolescente Gleison Vieira da Silva,17 anos, o governo do Piauí exonerou nesta segunda-feira (20) toda a direção do CEM (Centro Educacional Masculino), em Teresina (PI).

Gleison, que foi condenado por estupro coletivo a quatro garotas de Castelo do Piauí, foi espancado até a morte na última sexta-feira (17), dentro de alojamento do CEM. Ele foi assassinado a chutes e socos pelos três adolescentes – um de 16 anos e dois de 15 anos de idade – onde dividia a cela com os condenados pelo mesmo crime. Os menores confessaram o homicídio. A polícia suspeita que foi crime por vingança, já que Gleison foi o delator do estupro coletivo.

Foram exonerados do cargo o gerente de internação do CEM, Francisco Herbert Neves da Cruz, o coordenador pedagógico do centro de internação, Marivaldo Lelis Viana, e o diretor da Unidade de Atendimento Socioeducativo da Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania, Anderlly Lopes.

O secretário Estadual de Governo, Merlong Solano, disse que o governo afastou a direção para não comprometer as investigações e abriu processo administrativo para apurar as responsabilidades pela morte. O Ministério Público Estadual também pediu investigação do caso.

O governo comunicou que o capitão Anselmo Portela, ex-diretor da Casa de Custódia, maior presídio do Piauí, ficará na função de diretor da Unidade de Atendimento Socioeducativo. Emerson de Oliveira, que era diretor do Ceip (Centro Educacional de Internação Provisória), assumirá interinamente o cargo de coordenador pedagógico do CEM. A Sasc informou que ainda não tem nome para o cargo de Herbert Neves.

Transferência 
Após a morte de Gleison, os três adolescentes foram transferidos no mesmo dia para o Complexo da Cidadania, no bairro Redenção, zona sul de Teresina. O complexo é um abrigo provisório. Hoje, os menores retornaram ao Ceip, após decisão judicial do juiz da 2º vara da infância e da juventude.

Superlotação 
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Piauí, realizou uma inspeção nesta segunda e flagrou a superlotação do CEM. O centro tem capacidade para 60 internos e está abrigando 83. As  denúncias dos internos é que estão dormindo no chão ou em pedras de cimento. Relatório da Ordem revela ainda que o centro de internação, único do Piauí, está um ano sem colchões nos alojamentos e enfrentando problemas de vazamentos e fossas estouradas.