Alvo da senadora, Juca Ferreira voltou ao comando da pasta nesta segunda.

A senadora e ex-ministra da Cultura entregou à Controladoria-Geral da União (CGU) um documento em que aponta irregularidades na gestão de Juca Ferreira entre 2008 e 2010 no , informou nesta segunda-feira (12) o jornal “O Estado de S. Paulo”. Marta ocupou a pasta até o ano passado, Nesta segunda, Juca Ferreira voltou a tomar posse do cargo, depois de ter sido nomeado pela presidente Dilma Rousseff.

O novo ministro nega irregularidades. O teor do documento não foi divulgado pela assessoria da senadora. De acordo com reportagem do jornal, Marta incluiu no material supostas irregularidades em parcerias de R$ 105 milhões firmadas pelo ministério na gestão de Juca Ferreira com uma entidade que presta serviços à Cinemateca Brasileira.

A CGU informou nesta segunda-feira por meio de nota que, em abril de 2013, instaurou processo administrativo disciplinar para apurar o caso, depois de Marta, então ministra, ter enviado em janeiro daquele ano à CGU uma análise que indicava irregularidades. Segundo a controladoria, o processo ainda está em andamento (leia a íntegra da nota da CGU ao final desta reportagem).

Desde que Juca Ferreira foi confirmado pela presidente Dilma para reassumir o posto de ministro, ele vem sofrendo críticas de Marta. Quando foi anunciado para a Cultura, asenadora afirmou em uma rede social que a população “não faz ideia dos desmandos” durante a gestão dele.

“Ela quis atirar em Deus e acabou acertando em um padre de uma paróquia. O problema dela é com o partido dela, que é o meu também, é com a presidenta da República, é com o desejo já de algum tempo de ser candidata. Então, ela está manifestando um mau humor”, afirmou.

Questionado sobre quem seria Deus, Juca respondeu que não sabia e que era Marta quem deveria responder sobre isso.

Segundo o jornal, auditorias da CGU detectaram problemas no uso de verbas repassadas pelo ministério à Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), entidade que apoia projetos de preservação da produção audiovisual. Relatório aponta que, entre 1995 e 2000, a SAC, que recebeu R$ 111 milhões da pasta, foi contratada sem consulta a outros interessados.

Juca Ferreira saiu em defesa da entidade e disse que “botava a mão no fogo” pelos integrantes da SAC. Ele também negou as supostas irregularidades nas parcerias mas afirmou que cabe à CGU apurar os fatos.

“Eu boto a mão no fogo pelas pessoas da Sociedade de Amigos da Cinemateca. Não fomos nós que estabelecemos uma parceria, vem desde os anos 1940. São pessoas da mais alta qualidade pública e ela [Marta] deveria assumir a responsabilidade, porque o processo é contra a sociedade, ela deveria assumir a responsabilidade porque ela diz que rende respeito, mas ela desrespeitou”, criticou. “Vamos ter paciência e esperar o posicionamento da CGU”, disse.

Questionado se tinha se sentido agredido com as críticas de Marta, Juca Ferreira afirmou que sim.

“Me senti [agredido] com a irresponsabilidade como ela tratou uma pessoa honesta, com quase 50 anos de vida pública e não tem um desvio sequer”, disse.

Sobre um possível “revanchismo” de Marta contra ele, Juca afirmou que o problema da senadora “não é com ele”. Ele disse, ainda, que a atuação de Marta à frente da Cultura “não foi tão boa”.

“Em relação à Marta, quando voltei do exílio, a Marta tinha um programa de televisão e eu fiquei fã dela, pela coragem de defender a sexualidade feminina. Depois minha admiração cresceu quando ela foi prefeita de São Paulo, foi uma boa prefeita. Agora, como ministra, eu não tenho avaliação, mas tenho recebido os resultados da comissão de transição. Diria que ela não foi tão boa quanto ela foi prefeita”, afirmou o ministro em entrevista a jornalistas.