Dinheiro era de 89 projetos da estatal que totalizaram R$ 97 bilhões

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo (8), planilhas fornecidas pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barcusco, à Polícia Federal detalham a distribuição de R$ 1,2 bilhões pagos em propina.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o valor foi desviado para o PT e para executivos que possibilitaram o esquema entre 2004 e 2011.

O dinheiro era de 89 projetos da estatal que totalizaram R$ 97 bilhões. Isso significa que 1,3% do dinheiro pago pela Petrobras às empreiteiras nestes projetos era propina. Barusco disse às autoridades que a maior parte desse valor ficou com o PT: R$ 455 milhões. O partido nega ter recebido doações ilegais. 

O ex-gerente citou que o valor da propina variava entre 1% e 2% do total contratado. Uma tabela de cinco páginas detalha os acertos em que houve propina, quem pagou, o nome dos intermediários, em que data e como o dinheiro foi dividido entre o PT, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, o ex-diretor Renato Duque e Barusco.

A empreiteira que mais pagou propina, de acordo com a Folha, é a Engevix. “A empresa ocupa esta posição porque conquistou o maior contrato citado pelo ex-gerente na planilha, de R$ 9 bilhões, para a construção de cascos de navio para o pré-sal”, diz a reportagem.

Os pagamentos listados ocorreram entre maio de 2004 e fevereiro de 2011. Os valores seriam os seguintes, de acordo com a Folha:

Engevix – R$ 152 milhões

Queiroz Galvão/Iesa – R$ 133 milhões

KeppelFels – R$ 82 milhões

Alusa – R$ 72 milhões

Toyol Setl/Menes Júnior/MPE – R$ 59 milhões

Toyo – R$ 56 milhões

Andrade Gutierrez/Technit – R$ 51 milhões

Odebrecht/UTC/OAS – R$ 50 milhões

Galvão Engenharia – R$ 48 milhões

SBM Offshore – R$ 37 milhões

Das empreiteiras citadas, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez negam participação no esquema.