O estado de saúde das três vítimas do desabamento que ocorreu no sábado (19), em Aracaju, é considerado estabilizado, de acordo com o médico socorrista do Samu, Dr. Jonhson Lucas. Estão internados no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), o servente de pedreiro, Jodevaldo da Silva, de 24 anos, a esposa dele, Vanice de Jesus, de 31 anos, e a filha do casal, Ane Gabriele de Jesus, de 8 anos. O bebê de 11 meses que também foi resgatado com vida, sofreu uma parada cardiorespiratória e morreu a caminho do hospital.
O novo boletim médico será divulgado no fim da manhã desta segunda-feira (21), mas ele adiantou que o casal e a filha de oito anos podem receber alta médica nas próximas 24 horas.
“Os pacientes adultos passam bem e já receberam alta da Ala Vermelha. No momento eles se encontram na Ala Verde Trauma, que é considerada menos crítica. A criança, também passa bem, segundo o corpo clínico do pronto-socorro pediátrico”, disse.
Ainda segundo o médico, as vítimas foram submetidas a vários exames que comprovaram que não houve fraturas, apenas escoriações leves. “Diante da gravidade do que eles passaram essa notícia foi bastante comemorada por toda a equipe médica. Acreditamos que nas próximas 24 horas eles terão condições de receber alta médica”, afirmou.
Eles foram resgatados no início da tarde do domingo (20), após ficar mais de 34 horas sob escombros, receberam os primeiros socorros da equipe méica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foram levados para o Hospital de Urgência de Sergipe. A quarta vítima, um bebê de apenas 11 meses de vida, filho do casal, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu a caminho do hospital.
“Durante o resgate os bombeiros conseguiram entregar um rádio para o servente de pedreiro e ele ia informando como estava a família. Em um desses contatos, pouco antes da retirada deles dos escombros, ele chegou a relatar às equipes de salvamento que o bebê estava gelado e aparentemente sem respirar”, disse o médico Johnson Lucas.
Retirada dos escombros do prédio que desmoronou, Vanice de Jesus, de 31 anos, ainda não sabe da morte de seu filho, de acordo com o médico Johnson Lucas, que participou do primeiro atendimento às vítimas. O bebê teve uma parada cardiorespiratória na ambulância após o resgate e morreu antes de chegar ao hospital.
“No primeiro atendimento a gente já constatou o estado gravíssimo de saúde desse bebê, que assim que desceu dos escombros foi acolhido pela equipe do Samu. O quadro evoluiu para uma parada respiratória e prontamente tentamos a ressuscitação, mas não tivemos êxito e ele veio a óbito”, explicou Johnson.
Prédio desaba
O prédio residencial de quatro andares, que estava em construção, desabou durante a madrugada do sábado (19) no Bairro Coroa do Meio, área nobre de Aracaju. O trecho da rua foi interditado pela Defesa Civil. Buscas foram realizadas durante 34 horas pelo Corpo dos Bombeiros, Defesa Civil e Força Nacional, a equipe contou com o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O vigilante da obra disse para a Defesa Civil que permitiu que a família entrasse no prédio para dormir, como havia feito em dias anteriores.
O imóvel estava localizado na Rua Poeta José Sales Campos, na Zona Sul de Aracaju, perto da Orla da Atalaia, um dos principais cartões postais da capital sergipana.
A assessoria de imprensa da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emurb), da Prefeitura de Aracaju, informou que o proprietário do prédio tinha licença para fazer a construção. Segundo o órgão, o prédio estava em fase de finalização, e possuia 12 apartamentos que seriam alugados.
“A documentação para a construção do prédio de quatro andares, com o térreo e garagem estava regular e foi licenciada em 2012”, disse Ademar Queiroz.
O Corpo de Bombeiros informou que a causa do desabamento será investigada e o laudo deverá ficar pronto em até 30 dias.
Vítimas são regatadas
O resgate das vítimas durou mais de 34 horas e contou com 151 homens do Corpo de Bombeiros, que atuaram em escala de revezamento, além de 17 integrantes da Força Nacional e equipes da Defesa Civil de Sergipe. A filha mais velha do casal, de 8 anos, foi a primeira a ser retirada, seguida pelo pai das crianças, o bebê e a mãe.
