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Pacientes da AACD testam roupa robótica que dará pontapé inicial da Copa

O pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014 será dado por um deficiente físico. Oito pacientes da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) de São Paulo foram selecionados para testar, neste mês, uma espécie de roupa robótica que foi desenvolvida pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Chamada de exoesqueleto, a roupa robótica […]
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O pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014 será dado por um deficiente físico. Oito pacientes da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) de foram selecionados para testar, neste mês, uma espécie de roupa robótica que foi desenvolvida pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis.

Chamada de exoesqueleto, a roupa robótica vai permitir que uma dessas oito pessoas levante da cadeira de rodas e caminhe por cerca de 25 metros antes de dar o primeiro chute da Copa, em 12 de junho, dando início à partida entre e Croácia no Itaquerão, em São Paulo.

Comandados por Nicolelis e baseados em Natal (RN), os cientistas que trabalham no projeto Andar de Novo afirmam que o cronograma está sendo cumprido dentro do programado. O exoesqueleto já foi desenvolvido e está passando por testes finais de segurança, controle e estabilidade em um laboratório na França.

A tecnologia permite que, após vestir a rouba robótica, o paciente seja capaz de controlá-la utilizando sua atividade cerebral. Impulsos emitidos pelo cérebro da pessoa, como a vontade de andar, de se mexer ou de parar, são captadas pelo robô, que transforma esses impulsos em movimentos que o paciente não poderia fazer devido à paralisia.

“Nosso objetivo é criar novas tecnologias que possam restabelecer de uma forma significativa o controle motor em pacientes que sofram com lesões da medula espinal e outras doenças neurológicas que geram um grau de paralisia muito severo”, afirmou Nicolelis, ao Portal da Copa, do Ministério do Esporte.

Em uma segunda etapa, sensores táteis instalados no exoesqueleto mandarão sinais de volta para o cérebro do paciente. “Quando a pessoa tocar o chão, quando o joelho da veste robótica se mexer, os sensores táteis permitirão que esses sinais gerados no robô possam ser devolvidos para o sujeito através de uma camiseta que transmite esses sinais de volta para a pele dos braços ou do dorso, onde a pessoa ainda tiver a sensibilidade intacta”, disse Nicolelis. A camiseta a que ele se refere foi desenvolvida na Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça.

Nos próximos dias, uma veste robótica similar àquela que será utilizada na abertura da Copa do Mundo será testada pelos oito pacientes da AACD selecionados pelo projeto Andar de Novo. O exoesqueleto deve voltar da França no mês que vem.

“Eles começarão a interagir com um ambiente virtual e com uma veste robótica estática, que permite que andem sem sair do lugar. Podemos medir a reação do paciente, como ele está se saindo, calibrar os dados de cada paciente antes da chegada do exoesqueleto ao Brasil, prevista para fevereiro”, explicou Nicolelis.

Para o neurocientista, o sucesso do projeto é um marco para a ciência, e a visibilidade que o pontapé inicial da Copa deve dar é um feito comparável à façanha de levar o homem à Lua. “Se tudo der certo do jeito que a gente planejou, é um marco para a ciência brasileira. É uma maneira totalmente nova de mostrar para pessoas que jamais teriam contato com notícias científicas que a ciência está em todo lugar, que a ciência faz parte da nossa vida. Vai ser como colocar o homem na lua. Eu gosto de usar essa metáfora, porque é conquistar um patamar, um grau de audácia e inovação que as pessoas fora do Brasil não estão acostumadas a associar ao Brasil.”

O projeto Andar de Novo tem a participação do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra, idealizado por Miguel Nicolelis, e a parceria da AACD, mas é um consórcio internacional sem fins lucrativos. Há cientistas da Universidade de Duke, na Carolina do Norte (Estados Unidos), onde Nicolelis leciona, além de universidades dos estados norte-americanos do Colorado, Kentucky e Califórnia, instituições de Munique (Alemanha), Lausanne (Suíça), e Paris (França).

O projeto é financiado pela Finep (Agência Brasileira da Inovação), com o aporte de R$ 33 milhões.

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