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Grupo protesta no centro de SP após morte de adolescente gay

Cerca de 200 manifestantes se reuniram na noite desta sexta-feira no Largo do Arouche para cobrar investigações sobre a morte do adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, encontrado no último sábado (11), na República (centro). Amigos presentes no ato disseram que o adolescente circulava pelo centro junto a um grupo de 110 outros jovens gays, […]
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Cerca de 200 manifestantes se reuniram na noite desta sexta-feira no Largo do Arouche para cobrar investigações sobre a morte do adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, encontrado no último sábado (11), na República (centro).

Amigos presentes no ato disseram que o adolescente circulava pelo centro junto a um grupo de 110 outros jovens gays, conhecido como “família valentine”. O objetivo era se proteger de ataques homofóbicos.

Segundo a Polícia Civil de , não há indícios de que o adolescente tenha sido assassinado como suspeitam familiares. Os investigadores acreditam que o jovem tenha se suicidado.

Estiveram na manifestação o cartunista Laerte e o presidente do Conselho Nacional de Combate a Discriminação LGBT, Gustavo Bernardes.

Pelo megafone, os manifestantes homenagearam os 336 gays mortos em 2012 no país, segundo levantamento do GGB (Grupo Gay da Bahia).

‘FAMÍLIA’

Desde 2012, Kaique se reunia com outros jovens que costumam circular em grupo na região do Arouche, reduto gay do centro. Os grupos são conhecidos na área como “famílias” e chegam a agrupar até 200 pessoas.

Além de oferecer proteção, elas ajudam jovens homossexuais discriminados por parentes a “se aceitarem e conhecerem gente parecida”.

Integrantes da “família valentine”, da qual Kaique fazia parte, os jovens Renan Araújo, 16, e Felipe Gomes, 22,estavam na festa Pzá, onde Kaíque foi visto pela última vez.

“Nos encontramos lá dentro às 5h da manhã. Ele estava superfeliz, disse que a balada foi boa. Depois sumiu sozinho”, disse Renan.

Segundo Felipe, a Pzá é frequentada por menores de idade porque “fica lotada e é uma das únicas baladas que não pedem documentos na entrada”.

Ambos disseram que, como Kaíque, fazem parte da “família” porque se sentem menos visados quando estão em grupo.

‘LÍDER’

Presentes no centro da cidade desde 2001, as “famílias” têm sempre um único “líder”, normalmente mais velho, chamado pelos outros de “pai”.

O ator Douglas Oliveira, 31, é o “pai” do grupo de Kaíque.

“Eles respeitam porque somos amigos mais velhos. Cobramos para saber se estão indo à escola, se estão envolvidos com drogas ou se estão tristes com algo”, contou o líder da Valentine.

Os integrantes disseram que há pelo menos quatro “famílias LGBTs” na cidade.

O estudante Tiago dos Santos, 21, da “família cobra”, diz ter sido o último a encontrar o adolescente.

“Éramos muito amigos. Nos despedimos às 6h. A festa era open bar, ele estava bêbado e feliz. Me deu um abraço e disse que ia para o metrô República”.

‘BRIGAS DE RUA’

Para o cartunista Laerte, “ataques homofóbicos no são vistos como brigas de rua”.

“Vim participar porque este não é um problema só dos gays. Toda cidadão corre o risco de morrer à toa na rua”, afirmou.

Segundo Gustavo Bernardes, que veio de Brasilia para o ato, “é uma prática constante da polícia refutar crimes de ódio”.

“A morte do Kaique segue o mesmo padrão dos outros assassinatos homofóbicos. Inicialmente sempre se nega. Só depois dos laudos do IML é que se comprova as agressões”.

Segundo o Instituto Médico Legal, o laudo sobre a morte do adolescente será divulgado nos próximos 30 dias.

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