Consumidora comprou Ecosport zero em Campo Grande e provou que o veículo veio ‘torto’. Mesmo assim, concessionária não arrumou carro reserva nem resolveu o problema.

Após 40 dias sem carro, apesar de ter comprado um New Ecosport zero km, a administradora Cintia Quartin, de 36 anos, não conseguiu nenhuma solução para trocar o carro com defeitos de fábrica, mesmo com audiência no Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) realizada ontem (29).

“Fiquei com muita raiva. Na audiência representantes da Ford nacional disseram ao conciliador que estão prestando toda a assistência. Mas que assistência? Tive que entrar na justiça para conseguir carro reserva e sequer uma ligação da Ford eu recebi”, argumenta Cintia.

A justiça já decidiu que Cintia tem o direito a receber o carro reserva, mas nem a concessionária nem a fábrica receberam a notificação oficial para liberar o carro.

A cliente comprou o veículo 2013/2014 no dia 16 de junho, na concessionária Ford Monza em Campo Grande no valor de R$ 61,5 mil. No dia 19 de julho deixou o New Ecosport de volta à concessionária já que foi constatado por um perito credenciado que o carro estaria “torto” por uma solda errada, que deixou o espaço de um dedo entre o para-brisa e a lateral direita do carro.

Desde então os pais se desdobram para levar os dois filhos na escola e irem ao trabalho, já que a concessionária não presta, segundo Cintia, nenhuma assistência. “Então que assistência estou recebendo? Querem só consertar o carro e não trocá-lo. Mas eu comprei um carro zero e agora vou ter que ficar com um remendado?”, questionou.

Ao final da audiência de conciliação, não houve nenhum acordo, já que a Ford ofereceu apenas o conserto. “O perito me garantiu que o reparo não vai dar segurança ao veículo”, diz Cintia que pagou R$ 1 mil para que um perito terceirizado confirmasse o problema de fábrica, sendo que também constatou outro problema na boia de combustível.

A Ford ainda alegou que poderia fazer uma análise para achar uma solução do problema. “Essa análise poderia estar sendo feita há 40 dias, já que meu carro está lá parado esse tempo todo. Quanto mais eu vou ter que esperar?”, questionou. O Procon orientou para que a consumidora busque o judiciário, já que sua esfera contempla apenas a administrativa.

Cintia então confirmou que entrou com uma ação contra a Ford nacional e a concessionária para reaver o dinheiro do carro. “Já acabou o sonho do carro zero. Nem quero mais, quero meu dinheiro de volta. Além de estar a pé eu já gastei mais de R$ 80 mil com o valor do carro por todo esse transtorno”, concluiu Cintia.