Empregada amplamente em diversos setores industriais além do químico, a titulação é uma técnica de natureza analítica cujo objetivo é determinar a quantidade, isto é, a concentração de uma substância em uma amostra.

O processo, que pode ser realizado manualmente ou ser completamente automatizado com auxílio de tituladores automáticos, é uma ferramenta especialmente indispensável para a indústria química, pois permite a realização de controle de qualidade de produtos químicos, monitoramento de reações químicas, análise de matéria-prima, desenvolvimento de novos compostos químicos e mais.

A seguir, vamos explorar como a titulação funciona, quais são as substâncias e processos envolvidos na técnica e como sua adoção na indústria química traz soluções e facilidades para o setor.

Como a titulação funciona?

Como adiantamos, a titulação é utilizada para definir a quantidade de matéria em uma amostra, mas para fazê-lo é necessário recorrer a uma solução cujo valor de concentração é sabido pelo profissional responsável pelo procedimento.

A fim de compreender melhor essa técnica, vamos introduzir alguns termos e etapas relevantes no contexto da titulação:

Analito e Substância titulada

O primeiro é o “analito”, termo dado a substância que desejamos medir ou analisar ao executar a titulação. Ou seja, é a concentração do analito que se pretende identificar com precisão. Caso o interesse seja saber quanto de ácido ascórbico, conhecido como vitamina C, há em um suco de acerola, o analito é a vitamina C.

O analito, por sua vez, está contido na “substância titulada”, isto é, a amostra com a concentração desconhecida a ser analisada. Nesse caso, o suco de acerola seria nossa solução titulada.

Titulante

A próxima palavra do nosso glossário da titulação é “titulante”. Sem ele o processo não ocorre, pois trata-se da solução cuja concentração é conhecida e por isso serve como reagente a ser adicionado à amostra com o analito. Dando sequência ao exemplo, nosso titulante deveria ser um agente oxidante, capaz de reagir com o ácido ascórbico, como o iodato de potássio.

Ponto final

Na titulação, a reação entre analito e titulante é atentamente monitorada até que se note uma transformação física ou química na solução titulada. Ela pode ser caracterizada por uma mudança de cor, alteração no nível de PH ou outro aspecto diferente que indique a conclusão da reação.

Indicador

A etapa da titulação onde tal mudança acontece recebe o nome de ponto final e é visualmente detectável graças ao indicador. Trata-se de uma substância inserida na solução titulada com intuito de avisar quando a analito e titulante reagiram completamente entre si, resultando na neutralização do analito pelo titulante.

O indicador é selecionado de forma que ele opere a mudança (de coloração, PH etc.) ao mesmo tempo que o ponto final seja atingido para facilitar a identificação.

5 principais vantagens da titulação automática para a indústria química

Embora a titulação possa ser realizada manualmente, os avanços tecnológicos e químicos têm contribuído para a fabricação de aparelhos tituladores automáticos capazes de fornecer análises mais rápidas, promover o rendimento de amostras e gerar medições reproduzíveis. 

Conforme explica Iris Kalkman, especialista em produtos de titulação e funcionária atuante na sede da Metrohm Internation em Herisau, na Suíça, há muitos motivos que tornam o procedimento automático superior ao manual.

Em vídeo institucional, Kalkman elenca as cinco principais vantagens da automatização em diversos contextos, incluindo o químico industrial.

Simplifica e evita acidentes no início do procedimento

A razão número um consiste na preparação facilitada da bureta. No método tradicional, a ação de inserir a solução titulante na bureta exige muito cuidado e torna-se particularmente perigosa se a solução manuseada é corrosiva.

Nesse cenário, qualquer descuido pode levar a acidentes no ambiente de trabalho. Já no processo automatizado, essa etapa é substituída pelo apertar de um botão, eliminando qualquer chance de erro humano.

Reduz erros e aumenta produtividade

O guia passo-a-passo de como preparar a titulação fornecido pelo titulador automático ocupa o segundo lugar na lista. A profissional explica que descuidos como esquecer de anotar o tamanho da amostra ou de adicionar uma substância determinada podem prejudicar todo o processo, mas com o sistema de software acompanhando cada etapa da titulação essa possibilidade é mitigada.

Uma vez que todos os procedimentos são controlados pelo titulador, o responsável químico pode dedicar-se a outras tarefas enquanto a titulação ocorre, o que aumenta a produtividade dos funcionários.

Garante resultados confiáveis e reproduzíveis

A especialista ressalta a importância do ponto final da titulação ser feito automaticamente, certificando um resultado verificável, confiável e facilmente reproduzível caso necessário. O mesmo nem sempre ocorre na execução manual, pois segundo ela a detecção do ponto final pode ser difícil.

“Uma gota de titulante em 50 microlitros  já pode mudar drasticamente a cor da sua solução. Além disso, a percepção das cores pode depender do operador. E mais, ler o volume da bureta também pode ser complicado “, afirma.

Confere facilidade na documentação e cálculo de resultados

Calcular manualmente os resultados da titulação virou algo do passado com a automatização, visto que o titulador executará essa etapa e permitirá a visualização dos dados junto com todas as mudanças e alterações decorrentes do processo de titulação.

Elimina riscos no manuseio de produtos químicos

Assim como o início da titulação pode oferecer riscos ao profissional, o término também tem um potencial nocivo. Isso porque os produtos químicos resultantes da titulação podem ser corrosivos ou tóxicos e, se manipulados manualmente, provocar acidentes graves.

No processo automatizado, é possível esvaziar a bureta onde tais substâncias ficam através de um botão, sem ter exposição a elas.

Este post é de responsabilidade de Niccolas Paganini e não faz parte do conteúdo jornalístico do Jornal Midiamax.