Alerta é de pesquisa encomendada pelo governo britânico

A resistência de bactérias a antibióticos poderá matar mais de dez milhões de pessoas por ano, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (19) em Londres. O número corresponde a uma morte a cada três segundos.

De acordo com a agência portuguesa RTP, o relatório foi comissionado pelo governo britânico e alerta que, caso não haja maior empenho nas pesquisas para desenvolver novas respostas a bactérias e micróbios, a medicina ‘pode regredir à idade das trevas’. A pesquisa foi coordenada pelo economista Jim O’Neil, secretário do Tesouro do governo de David Cameron.

Nomeado para elaborar o documento, O’Neil lembra que ações urgentes são necessárias para evitar a inabilidade da medicina. “É preciso que isso se torne uma prioridade para todos os chefes de Estado”, disse o economista à agência de notícias France Presse. Ele propôs uma bateria de medidas, com o objetivo de enfrentar o problema das ‘super-bactérias’.

O documento afirma que desde sua elaboração, em 2014, mais de um milhão de mortes ocorreram em decorrência de infecções relacionadas à resistência a antibióticos. A estimativa do estudo é de que haja um crescimento nos números, chegando a mais de 10 milhões de pessoas mortas por ano até 2050.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) havia emitido, em novembro de 2014, uma advertência referente ao ‘imenso perigo’ da resistência de bactérias e vírus aos antibióticos. O documento alerta que, caso não hajam avanços científicos neste sentido, o mundo passaria por uma ‘era pós-antibiótica, na qual as infecções atuais podem recomeçar a matar’.