Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, pelo companheiro, de 31 anos. O feminicídio ocorreu por volta das 23h de sexta-feira (20), na Vila Juquita, na cidade de Maracaju, a 158 quilômetros de Campo Grande.
Conforme boletim de ocorrência, Doralice foi encontrada pela filha, coberta de sangue e caída no chão do quarto, já sem vida.
A Polícia Militar foi acionada pelo 190 por vizinhos da vítima, com a informação de um feminicídio no local. O suspeito foi visto fugindo da casa empurrando uma carriola, sentido ao Bairro Nenê Fernandes.
Os vizinhos informaram aos policiais que uma discussão começou às 22h30 e, depois de 30 minutos, os gritos cessaram.
Filha encontrou a mãe
No entanto, por volta das 23h15, a filha de Doralice chegou à residência e encontrou sua mãe caída no chão do quarto, toda suja de sangue, já sem sinais vitais.
Os policiais realizaram diligências na casa dos pais do suspeito e também em chácaras na antiga saída para Campo Grande, porém ele não foi encontrado.
Uma vizinha de Doralice contou à polícia ter ouvido gritos vindos da casa da vítima, mas, como as discussões eram frequentes e os gritos haviam cessado, achou que tudo estava tudo resolvido e não ligou para a polícia.
A irmã de Doralice também foi à casa dela e disse aos policiais que as brigas entre o casal eram frequentes. A vítima nunca registrou boletim de ocorrência e nem solicitou medida protetiva contra o suspeito.
Em checagem ao sistema policial, foi constatado mesmo que Doralice nunca registrou boletim de ocorrência contra o suspeito, mas havia uma medida protetiva vigente em desfavor do ex-marido, contudo, já estavam separados e sem contato há mais de um ano.
A mãe do suspeito tinha uma medida protetiva contra ele, entretanto, já extinta.
Dados
Segundo o Monitor de Violência Contra a Mulher da Polícia Civil de MS, o último feminicídio em Maracaju ocorreu em 2021. Desde 2015, quando o monitor foi instalado, foram quatro feminicídios registrados na cidade até o momento.
Casa ainda é local mais inseguro para mulheres

Os dados do Painel de Monitoramento da Violência da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) revelam que, entre janeiro e o início de maio, 7.201 mulheres entraram para as estatísticas de violência de gênero no Estado.
Quanto ao local das agressões, a maioria dos casos, cerca de 74%, ocorreu dentro da residência das vítimas (5.333). No entanto, também houve registros de crimes em vias urbanas (1.012), propriedades rurais (330), estabelecimentos comerciais (199) e na internet (179). Até mesmo unidades de saúde registraram ocorrências, 55 casos.
Outro dado relevante é a relação entre vítima e agressor. Em 16% das ocorrências, o autor do crime está identificado como cônjuge, o que totaliza 1.169 casos. Também houve registro de crimes praticados por ex-cônjuges (428), pais (235), filhos (174), irmãos (104), namorados (97), cunhados (26), avós (22) e genros ou noras (20). Em 290 ocorrências, a relação entre agressor e vítima não está especificada.
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16º feminicídio em MS
Até o momento, Mato Grosso do Sul registra 16 feminicídios em 2025:
Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
Vanessa Eugênio Medeiros e a filha dela, Sophie Eugenia Borges (Campo Grande) – 28 de maio
Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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