De 25 de março a 28 de abril, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus registrou 447 reclamações sobre os ônibus de Campo Grande. Atrasos, péssimas condições dos veículos e até goteiras estão entre as denúncias encaminhadas por usuários.
Para o grupo da CPI, o número de denúncias demonstra “o alto nível de engajamento da população com os trabalhos da CPI e sua preocupação com a qualidade do transporte coletivo em nossa cidade”.
Foram 378 denúncias recebidas via WhatsApp, 32 formulários preenchidos, 34 e-mails enviados, 2 ligações telefônicas e ainda 1 realizada de forma presencial.
Relatório
Então, relatório da CPI aponta que a má conservação, falta e atrasos constantes de ônibus em Campo Grande lideram as reclamações contra o Consórcio Guaicurus.
“As reclamações evidenciam um sistema de transporte público em crise. Marcado por superlotação, atrasos, má conservação e descaso com os usuários”, destacam os vereadores da Comissão.
O relatório aponta que “a população clama por medidas urgentes, incluindo renovação da frota, ampliação das linhas, fiscalização efetiva e maior transparência na gestão”.
Logo, a partir das denúncias, os vereadores classificam a situação atual do transporte coletivo “como insustentável e prejudicial à qualidade de vida dos moradores de Campo Grande”.
A má conservação lidera as denúncias com 33% dos registros. Logo, são 10% para falta de ônibus e o mesmo percentual para atrasos dos veículos.
Como enviar denúncias para a CPI?
– WhatsApp: (67) 3316-1514
– E-mail: cpidotransporte@camara.ms.gov.br
– Formulário anônimo disponível no site www.camara.ms.gov.br ou clique aqui.
O vereador Lívio (União Brasil) preside a Comissão. Além disso, a CPI do Transporte Público também é composta pelos vereadores Ana Portela (PL), que está na relatoria, Júnior Coringa (MDB), Luiza Ribeiro (PT) e Maicon Nogueira (PP).
Frota velha e sucateada
Um flagrante, na última semana, escancarou a situação precária de parte da frota do transporte público de Campo Grande. Dois ônibus estavam em situação de reboque.
O flagra foi de um ônibus de prefixo 1260, com 14 anos de fabricação (ano 2011) sendo guinchado pelo veículo 1211, fabricado em 2013 (12 anos de uso). Aconteceu na Avenida Eduardo Elias Zahran, esquina com a Avenida Três Barras, em 16 de abril.
Segundo a página Ligados no Transporte, relatos de testemunhas afirmam que o ônibus rebocado apresentava um barulho alto, indicando possíveis peças soltas ou problemas mecânicos significativos.
Por fim, a cena reforça a percepção de muitos usuários de que veículos com idade avançada ainda operam normalmente nas linhas da cidade. Portanto, contraria o esperado para um serviço de transporte público de qualidade.