Meses após barragem irregular romper, Nasa Park diz que aguarda licença do Imasul para reparos ambientais
Rompimento da represa deixou um rastro de destruição em propriedades vizinhas, arrastando casas, galpões e destruindo a vegetação local
Osvaldo Sato –
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Após reportagem do Jornal Midiamax, que relatou acordos feitos entre a A & A Empreendimentos Imobiliários, responsável legal pelo Nasa Park, e os moradores que tiveram as residências destruídas pela água da barragem do loteamento, que rompeu em agosto, a empresa se manifestou sobre tais negociações.
Desde o desastre ocorrido em 20 de agosto, as vítimas relataram perdas que vão muito além das materiais, incluindo impactos financeiros, emocionais e ambientais. Proprietários relataram prejuízos que somam valores muito superiores às propostas de acordo feitas pela empresa.
Em nota, a A & A Empreendimentos Imobiliários alegou compromisso com a reparação dos danos e detalhou as ações realizadas desde o desastre. Segundo a empresa, todas as famílias afetadas foram procuradas e receberam apoio.
Esse apoio incluiria doação de bens essenciais, cestas básicas, água potável. Também reparo de danos materiais, restauração de uma motocicleta e a oferta de acompanhamento psicológico, que teria sido recusado pelas vítimas.
A empresa também informou que os acordos já firmados estão sendo documentados e serão apresentados ao Ministério Público, conforme determinação em reunião realizada no dia 25 de novembro de 2024.
Apesar da construção e manutenção da barragem irregularmente por anos, a empresa destaca que os reparos ambientais dependem de licença do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o que inviabilizaria intervenções imediatas na área afetada.
Famílias relatam perdas
Um dos casos mais emblemáticos é o da família de Gabriele do Prado, que teve sua propriedade rural devastada. Além de perder casas, animais, plantações e ferramentas, a família enfrenta dificuldades financeiras e de saúde que agravam a situação. Os danos estimados pela perícia contratada pelo Nasa Park variam entre R$ 127 mil e R$ 232 mil, com proposta de acordo fixada em R$ 180 mil, valor contestado pelas vítimas como insuficiente.
Além disso, as denúncias apontam que as abordagens para os acordos incluem a oferta de móveis usados e serviços de limpeza, considerados desproporcionais aos prejuízos. Em paralelo, há relatos de pressão para que as vítimas assinem Termos de Quitação, renunciando a qualquer indenização futura.
O MPMS (Ministério Público do Mato Grosso do Sul) acompanha o caso e orienta as vítimas a não assinarem tais termos sem garantia de reparação integral. Segundo o órgão, os responsáveis pelo empreendimento devem apresentar acordos formalizados para avaliação no processo em andamento.
Confira nota na íntegra:
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