Uma mulher, de 44 anos, foi indiciada pela Derf (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos) após inventar assalto encomendado por uma servidora de posto de saúde, no bairro Portal Caiobá, em Campo Grande, nesta quinta-feira (14). Ela mentiu que teve R$ 2 mil roubado.

A suspeita procurou a 6ª DP (Delegacia de Polícia Civil) para registrar o assalto que, segundo ela, teria sido cometido por um primo da servidora do posto onde ela é paciente. Por se tratar de roubo, o caso passou a ser investigado pela Derf, que ouviu a mulher e constatou diversas inconsistências nas versões apresentadas.

Na delegacia, ela contou que sacou R$ 2 mil de um caixa de atendimento presencial em uma agência da Caixa às 7h30 da manhã. Em seguida, ela teria sido roubada a mando da servidora em via pública. Porém, nenhum banco está aberto ao público para atendimento presencial no horário mencionado pela suspeita. Além disso, o saque não foi identificado quando a polícia pediu o afastamento do sigilo bancário da mulher.

Ela ainda alegou ter ficado muito machucada devido às agressões sofridas durante o assalto, no entanto, exame de corpo de delito realizado no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) concluiu que não houve lesão compatível com as agressões relatadas.

A investigação continuou e a equipe da delegacia especializada se deslocou até onde teria sido o roubo, mas não encontraram qualquer indício do crime. 

A servidora acusada foi ouvida e informou a polícia que a mulher é reiteradamente ofensiva quando é atendida pelos funcionários do posto e tem o hábito de exigir medicamentos com receitas médicas vencidas. Ainda foi relatado que a suspeita chega a agredir fisicamente os servidores quando não tem o pedido atendido.

A polícia verificou que a suspeita foi condenada em 2022 por desacato a mesma servidora acusada de ter encomendado o roubo. O crime ocorreu quando ela foi retirar uma medicação na farmácia da unidade. 

Com isso, a polícia concluiu que o suposto roubo foi denunciado por vingança ou satisfação pessoal da mulher. 

Ela foi indiciada por denunciação caluniosa, podendo pegar de 2 a 8 anos de prisão. O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário e ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para as medidas cabíveis.