Com o crescimento de casos confirmados da febre Oropouche, doença semelhante à dengue e que tem se espalhado por todas as regiões brasileiras, surge a necessidade de se intensificar os cuidados na prevenção da transmissão da doença, já que ainda não possui vacina disponível. No país, são mais de 7 mil confirmados.

Além disso, o Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre do Oropouche e mais uma sob investigação. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo.

O Estado de Mato Grosso do Sul, por sua vez, possui diversos municípios que fazem divisa com estados onde a doença já caminha para tornar-se endêmica. Em junho, um caso da febre oropouche foi confirmado em morador de Campo Grande – a infecção, porém, teria ocorrido durante uma viagem à Bahia.

Além deste, a ocorrência da doença em outros estados fez a Sesau emitir uma Comunicação de risco, com objetivo de apoiar na divulgação rápida e eficaz de conhecimentos à população e aos profissionais de saúde, quanto às ações de vigilância, prevenção e controle da febre oropouche no município. 

“A Sesau ressalta que Campo Grande segue a orientação do Ministério da Saúde e orienta às unidades e seus servidores a, caso haja suspeita, notificarem imediatamente os serviços de controle, no caso a coordenadoria de informações estratégicas em vigilância em saúde. A febre Oropouche é de notificação obrigatória e imediata”, diz nota da Sesau enviada ao Jornal Midiamax.

Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), porém, não há “neste momento nenhum caso de febre oropouche em Campo Grande”. “Os profissionais são orientados para fins de investigação laboratorial, notificação e medidas de prevenção”, afirmou Veruska Lahdo, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau.

E quem transmite a Febre Oropouche?

Conforme o Ministério da Saúde, a febre Oropouche é transmitida principalmente por um mosquito conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o mosquito pode carregar o vírus por vários dias e transmiti-lo quando pica uma pessoa saudável.

O mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, chikungunya e zika – não transmite a febre oropouche. No entanto, outros mosquitos, como o Coquillettidia venezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus em áreas de mata.

Nas cidades, o Culex quinquefasciatus, também conhecido como pernilongo ou muriçoca, pode ocasionalmente transmitir o vírus – ele se reproduz em água parada, tal qual o Aedes. A prevenção, portanto, requer os mesmos cuidados: eliminação dos focos.

O vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960 e os casos são mais comuns nos estados da região Amazônica. No ciclo silvestre, além dos mosquitos, animais como bichos-preguiça, aves silvestres e roedores também podem ser hospedeiros do vírus.

Os sintomas da febre Oropouche são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náuseas e diarreia. Outros sinais podem incluir tontura, dor atrás dos olhos e calafrios. Atualmente, não há vacina disponível para a doença. A prevenção mais eficaz é o uso de repelentes, e o tratamento recomendado consiste em repouso e ingestão de líquidos.