Eulampio Teotônio de Medeiros Neto tinha 17 anos quando pisou em terras sul-mato-grossenses. Na ocasião, a mãe foi transferida e a família então saiu de Patos, na Paraíba, onde deixaram também amizades, cheiros e sabores que acharam ser difíceis provar novamente. Só que o empresário, hoje com 58 anos, insistiu até encontrar bons fornecedores e hoje possui o “cantinho da saudade”, no coração de Campo Grande.

O local foi aberto há 20 dias, na Travessa José Bacha, em frente ao Mercadão Municipal de Campo Grande. “O cantinho da saudade é para oferecer produtos nordestinos e fazer as pessoas matarem a saudade. Tem muita gente que é de lá e trago um pouco do nordeste para Mato Grosso do Sul. Aqui tem coisa que falam que acharam que nunca mais iam comer na vida: biscoito de coco, 7 capas, 7 capas doce, queijo de manteiga, doce de batata de umbu, jaca em calda e até o charque de Pernambuco”, diz Eulampio.

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

No caso do charque, por exemplo, o empresário diz que é do Pernambuco e garante que tem sabor diferenciado. “Ele não é prensado, como é feito aqui e em outros lugares. E isso dá um sabor especial no arroz carreteiro, no feijão e guizado. É outra maneira de fazer lá no nordeste, assim como o biscoito mata fome, feito com trigo e mel de rapadura”, explicou.

Em casa, Eulampio e o irmão, João Batista Medeiros, de 61 anos, mantém os costumes, fazendo reuniões semanais, sempre acompanhados de cuscuz e outros sabores nordestinos. “Nós amamos aqui. Campo Grande é uma cidade maravilhosa, mas, ao menos uma vez por ano, vamos visitar os parentes lá, tanto em João Pessoa como em Natal”, comentou.

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Ao abrir o estabelecimento, Eulampio e o irmão também colocam música nordestina no local e a prosa com conterrâneos se inicia. “A gente conta nossa história, desde a época do nosso avô que tinha engenho de cana-de-açúcar e fazia rapadura temperada com erva-doce, toda artesanal. E sabemos que quem é de lá sempre teve saudade destes produtos, então, eu busquei um fornecedor bom, nordestino, o mesmo que envia produtos para o Brás, em São Paulo”, explicou.

Nos últimos dias, Eulampio fala que já atendeu clientes muito saudosos. “Alguns falam: ‘Nossa, achei que nunca mais ia comer isso na vida. E o pessoal daqui, que viaja para lá, também fala: ‘Comi esse produto lá, que legal que tem aqui’. Agora é o boca a boca mesmo. Eu nunca tive dúvidas que trazer estes produtos para cá faria sucesso. Hoje mesmo, por pura coincidência, atendemos uma clientes que também é de Patos, a nossa cidade”, finalizou.

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)