Serenados os ânimos, separado o joio do trigo, a operação Lava-jato teve aspectos relevantes na luta contra a corrupção e para mostrar a sociedade brasileira uma organização criminosa instalada nos partidos políticos. Agora é hora de se corrigir os efeitos negativos que ocorreram e prejudicaram o Brasil.

Trata-se de uma legislação clara e inquestionável, via Congresso Nacional, que blinde o Erário das investidas daqueles que, com base na decisão do STF, querem receber de volta o que roubaram e devolveram.

Por outro lado, é preciso rever procedimentos que vieram tornar difícil a sobrevivência de muitas empresas, especialmente as maiores de engenharia. Elas foram levadas a erros; elas não corromperam, foram extorquidas e, sem alternativa, foram cúmplices de malfeitos crescentes que acabaram por ser banais. Já pagaram e aprenderam. 

Mas pragmaticamente temos de recuperar este patrimônio acumulado ao longo de décadas, nas obras emblemáticas dos anos de crescimento, das grandes hidroelétricas, das usinas nucleares, das ferrovias, como a de Carajás, portos e aeroportos por todo o país. E a presença no exterior sem escândalos – estes restritos aos financiamentos a países sem tradição de honrar compromissos. Mas foram muitos os serviços relevantes, como em Angola, Equador, EUA, Portugal e Oriente Médio, entre outros.

Brasileiros notáveis, como Norberto Odebrecht, Roberto Andrade, José Mendes Júnior, Sebastião Camargo e Queiroz Galvão, fundaram empresas espetaculares, que viabilizaram a arrancada do Brasil entre 64 e 85, sem mácula.

O livro de Emilio Odebrecht, escrito sob forteemoção, tem este lado de absoluta verdade quando aponta o erro na criminalização das empresas. A Odebrecht, a maior delas, chegou a empregar 180 mil brasileiros e ser referência internacional no setor. Não sairia distribuindo dinheiro não fosse coagida a tal, assim como as demais. Injusto linchamento sofrido, quando o grupo  tem um histórico admirável desde o Emilio avô, passando por Norberto e pelo Emilio, cercado do apreço e respeito de todos que com ele lidaram ao longo destes anos. Equipe formada pelo mérito.

Uma legislação que olhasse o futuro, sem benefícios, mas livres de medidas punitivas questionáveis, poderia permitir a volta desses atores no processo de desenvolvimento nacional. Ainda há muita coisa a ser feita que pede a presença e a experiência dessas empresas. E que dificulte a repetição dos erros de toda ordem que marcaram estes anos de PT.

Seria o caso de uma anistia pelo progresso e de solidariedade aos que precisam de empregos, mantendo o que já foi aprovado com sentenças promulgadas, mas rediscutindo valores de multas ainda não. 

Ruminar ressentimentos e cobranças não vai contribuir para o bem. O que passou, passou . Não se briga com a realidade. 

Olhar o futuro, com base nas boas coisas do passado com pragmatismo.