PL deve pedir registro ao TSE em fevereiro e espera bancada de até 30 deputados
PL e PSD podem ser a segunda maior bancada da Câmara
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PL e PSD podem ser a segunda maior bancada da Câmara
Os organizadores do que pode se tornar o 33º partido brasileiro esperam entrar com pedido de registro para o Partido Liberal em fevereiro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pretendem, ao nascer, ter uma bancada de até 30 deputados federais e três senadores.
Antes mesmo da formalização da nova sigla, o presidente da Executiva do PL, Cleovan Siqueira, admite abertamente a intenção de unir o novo PL ao PSD, do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, numa movimentação que gerou preocupação no PMDB, maior partido da base da presidente Dilma Rousseff.
Filiado ao PSD de Goiás, Siqueira se candidatou a deputado federal pelo partido na eleição do ano passado sem sucesso. Colega de Kassab no antigo PL, extinto em 2006 após a fusão com o Prona que deu origem ao PR, também tem relação com o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, de quem foi coordenador da campanha presidencial na Região Centro-Oeste em 1989.
“Já temos uma relação de longa data”, disse Siqueira sobre os dois ministros do PSD no governo Dilma.
“Se a reforma política acabar com a coligação proporcional, o nosso caminho natural será a fusão com o PSD. Se não acabar com a coligação proporcional, de repente a gente continua formando blocos parlamentares, mas como partido-irmão do PSD. Eu tenho recebido muita ajuda do PSD no Brasil, de vários Estados”, acrescentou.
Siqueira garante que o partido já tem 400 mil assinaturas registradas em cartório para a criação do partido e espera terminar janeiro com as cerca de 500 mil assinaturas necessárias para formalizar a legenda.
Sem querer revelar nomes ou os partidos a que pertencem, ele assegura ainda que o partido nascerá com uma bancada de entre 20 e 30 deputados e que a sigla já tem “pelo menos três senadores já conversados, dois governadores, três prefeitos de capitais”.
“São de diversos partidos”, disse quando questionado sobre de quais legendas seriam esses parlamentares, sem querer revelar quais.
Se confirmadas as previsões de Siqueira e a posterior união com o PSD, a combinação entre as duas siglas pode gerar até a segunda maior bancada da Câmara, tirando o posto ocupado atualmente pelo PMDB, e se tornar a quarta maior no Senado.
Segundo resolução do TSE a criação de um novo partido é uma “justa causa” que permite a troca de partido por políticos com mandato. Ou seja, qualquer parlamentar pode se desfiliar de sua sigla para aderir a uma nova legenda sem correr o risco de ter seu mandato requisitado na Justiça Eleitoral pelo partido de origem.
Kassab, que tem experiência na formação de novos partidos, é apontado como o mentor por trás da refundação do PL e posterior fusão com seu PSD, partido que criou em 2011 e cuja formalização promoveu uma grande desidratação de sua antiga sigla, o DEM.
A formalização do PSD foi benéfica para o governo Dilma, que viu o esvaziamento do segundo maior partido de oposição e a criação de um partido governista que se tornou a terceira maior bancada da Câmara.
Uma repetição dessa movimentação, na avaliação do cientista político do Insper Carlos Melo, é uma tentativa do governo de “reorganizar a coalizão governista”, esvaziando o PMDB e outros partidos aliados cuja obediência ao Palácio do Planalto é duvidosa.
“A Dilma não deu o Ministério das Cidades para o Kassab de graça, ela deu com uma missão muito clara. É um ministério grande, é um ministério com muitos recursos e o papel do Kassab é tentar, a partir do partido dele, reorganizar a coalizão governista”, disse Melo, que enxerga na estratégia também o objetivo de reduzir o número de interlocutores com os quais o governo tem de dialogar.
“Com o Kassab, você dar poder demais (a ele), mas você ainda tem barganhas a fazer com o Kassab. Com o PMDB, você já deu tudo que podia dar”, avaliou.
“A relação com o Kassab pode levar a um esgotamento, mas você ganharia tempo… teria a vantagem de começar um jogo do zero.”
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