Cachês de Réveillon custam até R$ 850 mil para os cofres públicos
Valores causam polêmica mais uma vez e abrem geram polêmica
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Valores causam polêmica mais uma vez e abrem geram polêmica
O valor dos cachês pagos aos artistas para os shows da virada sempre geram polêmica. Nessa época, uma pergunta ressurge: o poder público deveria gastar tanto assim como uma festa? Afinal, muitas vezes esses shows são mais caros do que em outras datas. Os artistas se defendem e explicam que a decisão de praticar valores maiores ou dobrados tem a ver com a questão de ser uma data nobre e muito disputada entre os contratantes. Eles também apelam para o lado emocional, e dizem ser justo cobrar mais caro para passar a data longe da família.
O Revéillon do Rio sempre está na mira das críticas. Em 2015, Zeca Pagodinho vai se apresentar na praia de Copacabana pelo valor de R$ 800 mil. O cachê médio do sambista, segundo fontes do mercado de shows, é cerca de R$ 200 mil. Por conta disso, a divulgação dessa notícia rendeu críticas nas redes sociais, onde os usuários não pouparam nem o cantor e nem a Prefeitura.
O Governo se justifica com o argumento de que a festa vai atrair cerca de 850 mil visitantes, o que pode gerar renda de R$ 2,4 bilhões à cidade. Vale ressaltar que Zeca foi condenado recentemente por superfaturar cachê em show realizado para comemorar o aniversário de Brasília, em 2008.
De acordo com o Ministério Público, houve superfaturamento nos contratos do artista para realizar os shows da 15ª Expoagro e do aniversário de Brasília. Na exposição, foram gastos R$ 170 mil apenas com o cachê do cantor. Apresentações realizadas poucos meses antes custaram cerca de R$ 200 mil com o cachê do artista e outros serviços. No aniversário da capital, o cachê foi de R$ 120 mil por 45 minutos de apresentação, o valor é semelhante ao que foi cobrado por um show com uma hora e meia de duração.
Zeca Pagodinho foi condenado a três anos de detenção em regime aberto, sendo a pena convertida em prestação de serviços à comunidade e ao pagamento de multa.
Mas não é só no Rio. Em Goiânia, o valor pago para o principal show do Revéillon supera o de Zeca Pagodinho. Leonardo e Eduardo Costa vão receber R$ 850 mil para apresentar o projeto Cabaré.
O show é realizado pela Goiás Turismo e será financiado pelo Tesouro Estadual. O Governo local justifica o pagamento com a promessa de arrecadar R$ 2 para cada R$ 1 investido na festa. Mesmo assim, o assunto gerou discussão nas redes sociais e cidadãos sugeriram que a verba poderia ser destinada ao Canto da Primavera e à Mostra Nacional de Teatro de Porangatu (Tenpo).
Já em Salvador parte dos gastos para a festa serão captados através de patrocínios, que garantiram R$ 4 dos R$ 7 milhões investidos em cinco dias de festa. A ideia do Governo local é realizar o maior Réveillon do Brasil e transformar a data em referência no fim do ano, assim como é o Carnaval regional.
Entre 28 e 1º de janeiro acontecem shows de Pablo, Ivete, Wesley Safadão, Capital Inicial, Jorge e Mateus, entre outros. Ao todo, serão 24 convidados, o que demonstra que os cachês serão bem mais modestos do que em Goiânia e no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o esquema de financiamento da festa de Réveillon é semelhante ao de Salvador. Apesar da dificuldade de conseguir patrocínios para a festa, a Prefeitura conseguiu R$ 1 milhão com a iniciativa privada, o que garante o pagamento parcial dos cachês de Marcos e Belutti, Criolo, Banda Deja Vu, Chiclete com Banana e Gloria.
O palco em 2015 será menor em relação ao montado no ano passado. A estrutura custará R$ 300. Em 2014, foram investidos R$ 1,5 milhão só nessa parte. Haddad ainda disse que o Governo vai reservar R$ 3 milhões para financiar a festa. A justificativa também é o retorno financeiro que o turismo supostamente traz para a cidade com uma comemoração de Ano Novo.
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