Com o objetivo de ampliar as ações de sustentabilidade dentro do Senado

Com o objetivo de ampliar as ações de sustentabilidade dentro do Senado Federal, assegurar a economia de materiais descartáveis e promover a conscientização para questões como coleta seletiva, reciclagem e voluntariado, o Núcleo de Ações Socioambientais (NCAS) inicia em 2015 a elaboração do Plano de Gestão Logística Sustentável (PGLS).

O documento será uma ferramenta para o planejamento integrado da Casa, com responsabilidades e objetivos definidos: ações, metas, indicadores, prazos e mecanismos de monitoramento e avaliação.

A coordenadora do NCAS, Andréa Bakaj, explica que a implantação do plano terá um período inicial de envolvimento das áreas e seus respectivos coordenadores, para depois mobilizar os servidores.

— Nós já fizemos muitas ações pontuais, mas o plano vai ser uma determinação da Casa para que todas as áreas pensem o meio ambiente, a sustentabilidade. Vamos ter metas de redução, indicadores e isso vai ser muito bom para mostrar como o Senado age, como instituição, nessa esfera de sustentabilidade — afirmou Andréa Bakaj.

O plano ainda está em fase de elaboração, mas, de acordo com a coordenadora, a intenção é colocar as ações em prática o mais breve possível, assim que houver o aval da diretoria-geral da Casa.

— Temos um prazo de 180 dias e um período de recesso e de férias, mas estamos trabalhando para que seja possível colocar em prática a partir de maio de 2015 — explica.

Segundo ela, não é intenção punir nenhum setor, mas haverá cobrança para garantir o cumprimento das metas. Para isso, todas as ações já abordadas pelo núcleo vão permanecer e outras serão implementadas.

— Nas áreas em que já atuamos, vamos enfatizar utilizando os indicadores e as metas a serem cumpridas por todos os setores. Vai ter um envolvimento global — explicou.

Financeiramente, a sustentabilidade tem sido um bom negócio para o Senado. Dados do NCAS mostram que, nos últimos 12 meses, houve redução de consumo de 37% em papel A4, 33% em água, 18% em copos descartáveis para água, 9% em copos para café e 4,63% em energia elétrica.

Segundo Andréa, a investigação de vazamentos e a mudança no tratamento para limpeza dos espelhos d’água, por exemplo, contribuíram para diminuir substancialmente o desperdício.

— A gente tem feito o trabalho de conscientização para não desperdiçar papel, não desperdiçar copo plástico. Porque o valor, no caso dos copos descartáveis, não é um valor significativo para o orçamento da Casa, mas é significativo para o planeta. É aquela consciência de que a gente pode administrar melhor esses consumos — disse.

Causa ambiental

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) é um entusiasta da causa ambiental. Em entrevista ao Jornal do Senado, ele disse que, ainda na universidade, durante sua formação em Economia, já se preocupava com o meio ambiente. Afirmou que se tivesse tomado outro rumo, em defesa de suas causas no meio acadêmico, talvez tivesse contribuído mais para a sociedade do que seguindo a carreira política.

Hoje o senador costuma vir a pé ao trabalho. Ele mora na quadra 215 Norte, a cerca de 10 quilômetros do Senado, e caminha um trecho para, então, pegar táxi.

— Me considero uma pessoa sustentável, tenho poucos ternos, não sou consumista. Não uso o veículo oficial do Senado. Precisava me exercitar e por isso venho andando por uma hora e depois sento num café e chamo um táxi. Os taxistas já me conhecem — contou.

Em casa, ele disse que tem uma rotina rígida na coleta seletiva de lixo, especialmente por conta da esposa.

— Ela se preocupa muito. Aqui [no gabinete] ainda não vi essa questão — disse.

O senador também quer dar o exemplo. Para ele, é importante mostrar que as pessoas com deficiência têm dificuldades, muitas vezes ignoradas pela maioria da população.

— Eu sugeri que talvez os senadores pudessem viver por um tempo como se estivessem com a perna quebrada, ou como se não enxergassem. Mas é preciso dar o exemplo. Talvez eu poderia ficar um dia, uma semana sem enxergar, como uma experiência para mostrar como é a vida dessas pessoas — revelou.

Recentemente, o Senado teve que instalar uma rampa de acesso pela garagem dos senadores para facilitar a entrada do ex-senador Fleury, que é cadeirante, além de retirar um quebra-molas que era um obstáculo para a locomoção do parlamentar. O banheiro no gabinete do ex-senador também precisou de reforma.

Outra medida adotada foi a instalação de sistema que permite a votação de projetos por meio da leitura da íris dos senadores no Plenário.

Mapeamento

— Nos já fizemos o mapeamento. Agora, não é uma coisa que se resolva da noite para o dia, porque requer projeto, requer obra, requer orçamento e a gente sabe que as demandas são infindáveis — afirma Andréa Bakaj.

Segundo ela, as principais ações do núcleo em 2014 foram relacionadas ao Projeto de Mobilidade que, abraçado pelos servidores, promoveu a instalação de paraciclos ao lado de banheiros com vestiários para que os usuários pudessem se trocar.

Ações como a Semana do Meio Ambiente e a visitação ao viveiro do Senado também tiveram destaque, principalmente fora da instituição, com repercussão positiva.