Pilotos, técnicos e dirigentes falam como serão provas a partir da Espanha
Há um consenso na F1: com o GP da China, vencido hoje por Lewis Hamilton, da Mercedes, quarto do calendário, terminou a fase de maior aprendizado este ano para as equipes. O novo regulamento técnico representava uma grande novidade para todos. A partir da próxima etapa, o GP da Espanha, dia 11 de maio, os […]
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Há um consenso na F1: com o GP da China, vencido hoje por Lewis Hamilton, da Mercedes, quarto do calendário, terminou a fase de maior aprendizado este ano para as equipes. O novo regulamento técnico representava uma grande novidade para todos.
A partir da próxima etapa, o GP da Espanha, dia 11 de maio, os 11 times da F1 vão passar a competir com carros bem distintos dos usados até hoje, e cujas mudanças foram orientadas pelo conhecimento adquirido nas provas da Austrália, Malásia, Bahrein e China.
Fãs da F1 e profissionais do evento desejam saber: o domínio da Mercedes, vencedora das quatro etapas, será ameaçado? Lewis Hamilton e Nico Rosberg finalmente terão adversários? Red Bull, Ferrari, McLaren, Williams, Force India, Lotus se tornarão mais competitivas?
A reportagem ouviu pilotos, técnicos e dirigentes a respeito do que esperar da sequência do campeonato. As opiniões se dividem. Há quem acredite em importante mudança na atual ordem de forças e quem pense que não será uma revisão dramática.
Depende da Renault
“Como venho dizendo, depende da unidade motriz (motor e sistema de recuperação de energia) que a Renault vai nos entregar. Nós temos o melhor chassi da F1 e estamos trabalhando com a Renault para melhorar sua unidade motriz. Se responder com mais potência, essencialmente, vamos avançar bastante”, diz Helmut Marko, consultor da Red Bull, mas com poderes de diretor.
“A nossa velocidade em curva é a melhor, enquanto a de reta uma das piores”, explica Marko. “Os problemas iniciais relativos ao nosso carro estão solucionados. Para lutarmos pela vitória basta apenas dispor de uma unidade motriz no nível da usada pela Mercedes.”
Para Marko, não há dúvida, Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo poderão, dependendo da unidade motriz, entrar na luta com Hamilton e Rosberg pelas primeiras colocações. Como a prova de Barcelona é a quinta de um campeonato com 19, “considero a disputa completamente aberta ainda”, afirmou o austríaco.
Enquanto Hamilton venceu as três últimas e Rosberg na abertura do Mundial, o melhor que a Red Bull conseguiu até agora foi a terceira colocação de Vettel na Malásia. O time alemão soma 154 pontos, com três dobradinhas nas últimas três corridas, enquanto a Red Bull tem 57, seguida da surpreendente Force India, com 54, Ferrari, 52, McLaren, 43, e Williams, 36.
O diretor da Lotus, Federico Gastaldi, também espera com ansiedade a nova versão do V-6 Turbo da Renault prometida pelo chefe dos seus engenheiros, Remi Taffin. “Nós temos de fazer a nossa lição de casa, melhorar o carro, mas principalmente a Renault evoluir. Todas as suas equipes aguardam com ansiedade essa nova versão da unidade motriz.” O desempenho da Lotus é chocante: Romain Grosjean e Pastor Maldonado não somaram pontos ainda.
Mercedes ainda mais motivada
Os pilotos da Mercedes também falaram sobre como pensam que será a temporada a partir do GP da Espanha. “Nossos adversários vão tentar se aproximar de nossa equipe de qualquer maneira. Mas a vontade de estender nossa vantagem é ainda maior. Portanto vamos continuar na frente”, afirma Rosberg. Hamilton: “Nossa situação é confortável, mas vejo no grupo um desejo impressionante de continuar trabalhando dia e noite para nos mantermos nesse nível. O nosso carro é incrível”.
O pódio, hoje, depois de duas quartas colocações e um nono lugar, nas provas anteriores, animou Fernando Alonso, da Ferrari. “Usamos aqui os componentes testados em Bahrein (dias 8 e 9) e a evolução do carro foi evidente. Para a corrida diante da minha torcida (o GP da Espanha) teremos novidades ainda mais importantes. Podemos pensar em estar mais fortes na luta contra Red Bull, como hoje aqui (China), mas ainda precisaremos de um tempo para chegar na Mercedes.”
A história da F1 mostra que à medida que a temporada avança os blocos de equipes vão se definindo melhor. “O que assistimos aqui em Xangai deverá ser mais ou menos o que veremos a partir de Barcelona, uns mais pertos dos outros, mas não muito diferente”, avalia Felipe Massa, da Williams, autor de dois sétimos lugares, na Malásia e em Bahrein.
“A Mercedes vai continuar na frente, outra categoria, mas as duas próximas pistas deverão fazer com que a Red Bull fique bem próxima. Em Mônaco (etapa depois da Espanha) a Red Bull tem até chance de vitória.”
Mercedes na frente, Red Bull e Ferrari um pouco mais atrás, e a seguir Williams, Force India e talvez a McLaren. Essa é a estimativa de Massa daqui para a frente no campeonato.
Times médios também vão crescer
E existe ainda outro pelotão, formado por Toro Rosso, Lotus e Sauber. O chefe de engenharia da Sauber, Gianpaolo Dal’Ara, falou também com o UOL Esporte: “Teremos um carro profundamente revisto a partir de Barcelona, bem mais leve, outra aerodinâmica e os problemas nos freios melhorados. Como nossos adversários (Toro Rosso e Lotus) farão o mesmo, veremos quem vai avançar mais seu carro.”
Sobre a luta pelas vitórias, é claro: “A vantagem da Mercedes é tão grande que até o fim do ano não veremos ninguém ameaçá-los, só em 2015”. Quem Dal”Ara acredita que se desenvolverá bastante é a Lotus. “Têm estrutura para isso.”
Os carros vão para a pista, agora, dia 9 de maio, no primeiro dia de treinos do GP da Espanha, no Circuito da Catalunha. Até lá os trabalhos dentro das equipes serão acelerados ao máximo.
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