Petrobras entra com recurso para não pagar verbas trabalhistas em Três Lagoas

O recurso visava barrar o bloqueio de R$ 49 milhões dos cofres da Estatal

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O recurso visava barrar o bloqueio de R$ 49 milhões dos cofres da Estatal

Após rescindir o contrato com o consórcio de empresas que constroem a Fábrica de Fertilizantes, em Três Lagoas, a Petrobras entrou com recurso, na última sexta-feira (19), contra a liminar que bloqueou R$ 49 milhões da estatal. Esse montante deve ser usado para pagar as dívidas trabalhistas de 2.700 operários.

Entretanto, de acordo com o presidente do Sintiespav –MS (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil Pesada do Bolsão Sul-Mato-Grossense), Nivaldo Moreira, a juíza Daniela Peruca, da 2ª Vara trabalhista de Três Lagoas, indeferiu o recurso apresentado pela estatal nesta segunda-feira (22).

“Os operários foram surpreendidos com o recurso, pois muitos já estavam recebendo. Ainda bem que hoje (segunda-feira) a juíza indeferiu o recurso, garantindo, assim, a continuidade do pagamento desses trabalhadores”, ressalta.

Nivaldo avalia que a rescisão do contrato com o consórcio UFN3, liderado pela Galvão Engenharia, citada na Operação Lava-Jato, foi ruim para a classe trabalhadora.

“Agora vão ter que contratar outra empresa e não sabemos como vai ficar isso”, pondera.

Por outro lado, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a Petrobras a fim de saber o motivo pelo qual a estatal entrou com o recurso, impedindo, assim, o pagamento dos salários atrasados, mas, não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Rescisão do contrato

Na última sexta-feira (19), a Petrobras divulgou nota oficial informando que havia rescindo o contrato com o Consórcio UFN3 (Galvão Engenharia e Sinopec). A estatal disse, ainda, que o repasse para essas empresas estava em dia e não havia motivos para o atraso no pagamento de salários.

Demissões

Até agora, já foram demitidos 2 mil operários que trabalham nas obras da Fábrica de Fertilizantes de Três Lagoas. Ainda há 700 trabalhadores contratados, contudo, estes receberam férias coletivas e as obras estão paradas.

Segundo o Sintiespav, as dívidas trabalhistas totalizam R$ 80 milhões, que ainda serão julgados em uma ação principal, sem data para acontecer, já que foi concedida apenas uma liminar (ação acessória).

Início das obras em 2009

Em 2009, o governador André Puccinelli e o senador Delcídio do Amaral comemoraram a vinda da Fábrica de Fertilizantes para Mato Grosso do Sul. O governador chegou a chorar ao revelar a notícia.

 

 

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