O falso paciente seria para dedurar servidores
Funcionários de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário), de Campo Grande, entraram em contato com aequipe de reportagem relatando que representantes da gestão da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), colocaram um falso paciente na unidade, que na verdade seria um “dedo-duro”.
Com uma sobrecarga de trabalho e à mercê até de pacientes violentos, muitos técnicos de enfermagem e enfermeiros, se uniram e decidiram esclarecer aos pacientes que caso houver demora no atendimento é por conta do corte no número de funcionários e dos plantões.
Ainda segundo servidores, o “dedo-duro” se passou por paciente na UPA Universitário na noite desta sexta-feira (24), para delatar que seriam os funcionários que estariam expondo os possíveis motivos para a demora no atendimento.
“Eles estão agora lá com os funcionários para saber quem falou”, disse um servidor (a), que não será identificado.
Enfermeiros e técnicos de enfermagem receberam nesta quinta-feira (23), um documento da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), informando o corte de plantões e diminuição do número de técnicos de enfermagem e enfermeiros das unidades de saúde de Campo Grande. A mesma informação também foi publicada no Diogrande.
Antes, técnicos e enfermeiros que poderiam fazer até 14 plantões, agora só podem fazer 10 por mês. O mínimo obrigatório continua sendo 8. Cada plantão para um técnico de enfermagem custa aproximadamente R$ 230 e de um enfermeiro em torno de R$ 450.
“Além de nós, a população também precisa”, diz uma servidora. No documento, também consta o número de técnicos de enfermagem que era 18 e caiu para 16 nos plantões das Unidades de Pronto Atendimento e Centros Regionais de Saúde. Já na triagem, onde trabalhavam dois enfermeiros, somente um ficará na função em seis horas.
A equipe de reportagem entrou em contato com a o secretário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Jamal Salem que informou que os cortes ocorrem principalmente por conta da diminuição de aproximadamente 25 % no FPM (Fundo de Participação do Município), de janeiro até agora.