É URGENTE e necessário, a construção de legislações estaduais e municipais que proíbam a interdição do pensamento e da livre comunicação, o cerceamento de opiniões por meio de violência ou ameaças; calúnia, difamação, injúrias e outros atos infracionais; e qualquer pressão ou coação que represente violação aos princípios constitucionais de liberdade no ambiente escolar no espaço educativo.

Em sociedades democráticas, deve-se combater o “cerceamento de opiniões” em sala de aula, notadamente, porque no exercício da docência é necessário articular a produção de conhecimento humano e sua transmissão e produção com a realidade vivenciada pela sociedade em geral, em particular, pelos estudantes. A interferência por parte de alunos e pais/responsáveis sobre o que a e os devem ensinar tem priorizado temas específicos: questões de gênero e de sexualidade, questões religiosas, políticas, entre outras.

Considera-se que o ato de ensinar envolve diferentes vertentes de produção do conhecimento, diferentes sujeitos e perspectivas de análise. Assim, no processo de ensino-aprendizagem com a participação de e alunos que se constrói o conhecimento. Impossibilitar aos alunos e professores do exercício de uma prática dialógica, representa interditar a própria educação.

Como ato educativo, sugere-se ao Conselho Estadual de Educação de e a Secretaria de Estado da Educação de Mato Grosso do Sul (SED) a elaboração de instruções normativas para orientar as escolas e sua comunidade quanto ao uso de equipamentos de filmagem e captura de áudio pelos estudantes durante as aulas e sobre o direito de cátedra do/a professor/a. Recomenda-se ainda que as secretarias de estado e municipais da educação promovam campanha de divulgação nas escolas sobre as garantias constitucionais e previstas em lei de “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”.

Nossa solidariedade às vítimas que estão sofrendo perseguição no exercício da docência e o nosso compromisso de defender os profissionais da educação, fortalecer a democracia e por uma educação humanizadora e libertadora, conforme prescrito em lei.

E, por fim, solicitamos ao Ministério Público do Estado do MS providências,  por meio de uma manifestação oficial,  para que o direito de cátedra seja  resguardado para o exercício do magistério.

Defender a pública e valorizar os/as professores/as é um ato de cidadania!

Professor Jaime Teixeira – Presidente da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul.