Estudante ‘transforma’ maleta de maquiagens em negócio de bolsas de luxo
Ao buscar fonte de renda para custear os estudos, a socióloga descobriu talento para vendas
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Ao buscar fonte de renda para custear os estudos, a socióloga descobriu talento para vendas
Num dia trivial de 2011, a avó da então estudante Vivian Jorge, hoje com 24 anos, pediu a ela que buscasse certo medicamento na Santa Casa de Campo Grande. Sem demora, a neta dirigiu-se ao hospital e, chegando lá, observou que havia um grande número de pessoas à espera de medicamentos, molhadas e com frio, pois chovia muito na ocasião.
Naquele momento, o senso de oportunidade gritou nos ouvidos da estudante. Foi até um vendedor ambulante que havia conhecido anteriormente, no centro da cidade, comprou um ‘pacote’ de guarda-chuvas por cinco reais a unidade, retornou à Santa Casa e os vendeu por sete reais cada um. “Senti uma satisfação imensa em fazer isso, pois ajudei as pessoas e ainda ganhei um pouco de dinheiro”, conta.
Na verdade, a história de Vivian com as vendas começara ainda antes. Naquele mesmo ano, ela cursava duas faculdades, uma de manhã e outra à tarde. Precisando de uma fonte de renda para não ter de desistir de nenhum dos cursos, ela teve a ideia de criar um grupo no Facebook para vender seus próprios pertences, como roupas, bolsas e outros acessórios seminovos. A ideia deu tão certo que logo esses itens acabaram.
“Então fui visitar vendedores ambulantes no centro da cidade e procurar algo que interessasse às mulheres do meu convívio nas faculdades, que seriam as minhas clientes em potencial”, relata Vivian. Na visita, encontrou algumas maletas de maquiagem e outras ‘coisinhas que mulheres gostam’ para caprichar no visual e, a partir daquele momento, as vendas online e presenciais não parariam mais de crescer. Enquanto isso, a advogada e a socióloga davam lugar à vendedora e empresária Vivian Jorge e sua loja de bolsas e acessórios de luxo.
“Não foram poucas as vezes que as pessoas me perguntaram como eu poderia ter dois cursos superiores e sair para vender na rua, como uma sacoleira. Até mesmo meu pai inúmeras vezes me disse que era uma profissão perigosa por eu ser mulher e andar para cima e para baixo com meu carro cheio de mercadorias e com dinheiro”, lembra a empresária. “Mas isso nunca foi um obstáculo para mim. Pelo contrário, me impulsionou a lutar cada vez mais em busca do meu sonho”, complementa.
Hoje com a própria loja instalada no bairro Santa Fé, em Campo Grande, a Vivian Jorge Bolsas e Acessórios de Luxo já possui sua própria marca de bolsas, graças a uma parceria firmada com uma fábrica de São Paulo-SP. O pai de Vivian, o ex-bancário Humberto Rodrigues Jorge, 47 anos, antes preocupado, agora ajuda a filha a administrar as finanças da empresa. Mas a ambição é bem maior: “Nosso intuito é, quando a marca se tornar conhecida, podermos fabricar as nossas próprias bolsas, com alta qualidade e mantendo um preço acessível como atualmente”.
O grupo de Facebook que Vivian criou para começar suas vendas e que, com duas semanas, tinha cerca de 500 membros, hoje tem quase 50 mil integrantes e há muito tempo já não é a sua principal ferramenta de trabalho, servindo até mesmo para outras pessoas iniciarem seus negócios online. Ainda assim, ela diz que se mantém ativa em todas as redes sociais e em contato próximo com as clientes que seguem fiéis desde o tempo das faculdades.
“Gosto de contar minha história para servir de inspiração e incentivo para as pessoas que têm vontade de começar um negócio, mas não o fazem porque não têm recursos. Hoje olho para minha loja, sabendo que ela começou com uma maleta de maquiagens, e tenho certeza de que é possível fazer o sonho acontecer”, enfatiza Vivian. Com muito entusiasmo e certeza do sucesso, ela acrescenta: “Estamos num bairro onde muitas pessoas moram há mais de 40 anos. Daqui a mais 40 anos, teremos muitas outras lojas, mas manteremos esta aqui, a primeira, onde tudo começou e deu certo”.
Compre do Pequeno
Na opinião da empresária, não é que as grandes empresas, já consolidadas e conceituadas, não mereçam o prestígio que já alcançaram, mas dar um empurrãozinho aos pequenos negócios faz bem para toda a comunidade. Por isso, como história típica de quem começou muito pequena e dependeu da confiança das pessoas para crescer, ela defende que, ao consumir produtos e serviços de micro e pequenos empreendimentos, a comunidade está ajudando a si mesma.
É o que acredita o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), que, para isso, lançou o Movimento Compre do Pequeno Negócio, buscando mostrar à sociedade o quanto os pequenos negócios são importantes para a economia local. Se você também é um pequeno comerciante, acesse www.compredopequeno.com.br e cadastra-se gratuitamente para ter acesso ao material completo da campanha. A data oficial do movimento é 5 de outubro, Dia da Micro e Pequena Empresa.
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