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Transparência

Trancada em casa, enjoo e dores de cabeça: Família reforça descaso do MPMS sobre fedor da JBS

À Justiça, moradores afirmam que pediram ajuda ao MPMS, mas que frigorífico continua 'imune'
Gabriel Maymone -
jbs
Mau cheiro vindo da unidade da JBS em mCampo Grande tem revoltado moradores. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Problema que se arrasta há 14 anos e parece não ter fim, o mau cheiro exalado pelo frigorífico da JBS no entorno do bairro Nova continua causando transtornos. Nova ação judicial relata o drama de uma família que vive trancada em casa e se ‘acostumou’ com sintomas causados pela fedentina, como náuseas constantes e dores de cabeça.

Essa é mais uma ação que se junta a outras cerca de 200 que tramitam no Judiciário sul-mato-grossense exigindo intervenção do poder público para resolver a situação. Todos esses moradores cansaram de esperar a solução prometida pelo MPMS (Ministério Público de MS), que chegou a firmar acordo com o frigorífico em 2009.

Reportagem da última segunda-feira (17) do Jornal Midiamax mostrou denúncia feita por outro morador do bairro ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), alegando que ‘cansou de esperar por respostas que nunca chegam’. Então, ele pede que a Corregedoria Nacional investigue o porquê o MPMS não conseguiu resolver a situação mesmo após tantos anos.

Nesta outra ação, de janeiro de 2025, a família composta por um casal com três filhos menores de idade apela à Justiça para que algo seja feito, alegando descaso. “A situação, apesar de conhecida das autoridades, se arrasta há anos e parece não ter solução próxima”, diz trecho da inicial.

Na inicial, a defesa da família reforça que ‘desistiu’ de esperar ação do MPMS. “Flagrante a inércia dos órgãos competentes, foram realizados diversos pedidos de ajuda ao Ministério Público Estadual e Imasul, mas a Requerida continua “imune”, em pleno funcionando e lançando suas “fumaças tóxicas” de forte mau cheiro causando dores de cabeça, enjoos e até vômitos nos moradores da região”.

Moradores reclamam de fedor exalado pela JBS (Montagem, Jornal Midiamax)

Conforme a família, a situação a obriga a viver em situação incômoda. “[A JBS] opera atividade potencialmente poluidora que gera incomodo e aflição nos moradores da região, produzindo fumaça (poluição atmosférica) e exalando odores (cheiros)potencialmente danosos aos moradores da região do Bairro Nova Campo Grande, o que acarreta no recolhimento dos moradores ao interior de suas residências, fechando portas e janelas, não podendo sequer receber visitas e/ou utilizar o bem imóvel para o seu lazer, pois o cheiro e a fumaça lançados na atmosfera são insuportáveis”, diz.

O que representa a família continua relatando a situação que os moradores passam: “A parte Requerente se queixa de enjoo, dores de cabeça devido ao mau cheiro, e, inconformada com a terrível e perigosa situação vivida, os moradores passaram a clamar por solução por parte dos órgãos públicos fiscalizadores”, apela.

Assim, a família pede indenização de R$ 25 mil para cada membro, que totaliza R$ 125 mil, além de repor as perdas decorrentes da desvalorização imobiliária devido ao dano ambiental causado pela JBS.

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A reportagem acionou o MPMS para se pronunciar sobre os apontamentos feitos pela família no processo, mas não obteve retorno até esta publicação. O espaço segue aberto para posicionamento.

MPMS é denunciado no Conselho Nacional por ‘falta de empenho’ contra mau cheiro da JBS

Odor que vem de frigorífico afeta moradores do bairro Nova Campo Grande (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Inconformado com a persistência do problema, morador registrou a manifestação 20240008285 na ouvidoria do , dizendo-se inconformado com a falta de empenho para resolver o problema. “O MPMS há muito não vem atuando com firmeza e seriedade quando se trata de poderosos empresários e empresas. É um absurdo a complacência do MPMS”. No requerimento, o denunciante diz que já denuncia várias situações há muito tempo. “Tenho cobrado respostas que nunca chegam”, desabafa.

O morador criticou o TAC que não resolveu problema: “Empresas como a JBS despejam toneladas de resíduos de sua produção em córregos da região Imbirussu, causando enorme mau cheiro. O MPMS deu 6 anos através de um TAC para que a empresa regularize a situação. Aí pergunto: teremos que conviver com o mau cheiro e a tristeza de morar em um lugar que cheira esgoto, fezes e plástico por mais seis anos?”, pontua.

Por fim, pede ao ‘Conselhão’ para apurar a conduta do Ministério Público Estadual de e desafia: “Solicitamos que venham conhecer melhor o que anda acontecendo no MPMS o quanto antes”.

Nova fiscalização confirma emissão de ‘forte odor’ e manda JBS tomar providências

A novela sobre forte odor emitido pela planta da JBS no bairro Nova Campo Grande ganha novos capítulos e o problema continua em 2025. Nova fiscalização constatou que a unidade frigorífica continua exalando mau cheiro e determinou uma série de providências à gigante de alimentos.

Leia também – Série de acordos com MPMS e multa de meio milhão não acabam com ‘fedor sem fim’ em Campo Grande

Recentemente, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recebeu novas denúncias de moradores dos arredores do frigorífico sobre ‘odor terrível’ vindo da JBS.

Os técnicos confirmaram os relatos dos moradores e, através de estudos e análises, concluíram que é possível haver incômodo a partir do forte odor emitido pela produção do frigorífico. “Relevante destacar que em situações de constante percepção/inalação desses odores pela comunidade adjacente ao frigorífico, o incômodo pode surgir”.

Isso ocorre devido a uma série de ‘falhas’, segundo os técnicos, que devem ser sanadas. Por exemplo, a nova vistoria constatou que “foi possível confirmar a presença de aberturas capazes de permitir o escape de gases oriundos do processo produtivo”.

Além disso, foi detectada falha na cortina arbórea que deve existir no entorno do frigorífico. “Além do suprimento com vegetação nas falhas apontadas na primeira vistoria técnica (lateral leste, Av. Cinco), a equipe do DAEX recomenda a instalação de cortina arbórea na lateral oeste do terreno, junto às linhas externas de condução de efluentes do processo produtivo, por meio do plantio de mudas com porte e características adequadas”.

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