A garota de 16 anos que morreu na Hazeiden, Clínica de Tratamento para Dependentes, na cidade de Fátima do Sul, pelo narrado no boletim de ocorrência policial, ao qual o Midiamax teve acesso, pode ter agonizado até a morte, ocorrida no dia 30 de junho. E o pior: sem um adequado atendimento médico.
Depois do óbito, a clínica em questão foi interditada por meio de determinação judicial a pedido da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul.
Conforme o documento, uma das monitoras da clínica conversou com a polícia, relatando que trabalha há seis meses no local. Ela contou que assumiu o plantão por volta das 19h e viu a paciente “bem agitada”, a qual estava na enfermaria, “pois já tinha uma situação anterior que ela não soube informar”.
Neste trecho do boletim, presume-se que a garota já teria ficado na enfermaria em outra ocasião. Na sequência, a monitora diz que “como declarante estava fazendo ronda no local e toda hora era chamada [pela garota] e ia [a monitora] até o local onde ela estava e dizia para ela [a paciente] se acalmar que já amanheceria, para ela tentar dormir”.
Depois de “um tempo”, disse a monitora, percebeu que a paciente “não fazia mais barulho”. Então, ela foi ao local, na enfermaria, para ver como estava a paciente. Porém, notou que apesar dos sinais vitais, não reagia. Então, ela acionou a enfermeira de plantão e o terapêutico “que, devido às condições da paciente, acionaram o bombeiro e não teve mais contato”.
O que diz a polícia
“Chegou ao conhecimento desta unidade policial, por meio de ligação da polícia Militar, relatando que na clínica Hazeiden, havia uma pessoa em óbito. Que foi acionada a perícia local, onde juntamente com este investigador [policial civil] compareceu no local dos fatos. Que foi constatado que se tratava de uma menor de 16 anos, que a mesma estava sem vida. Que a menor foi encontrada pela servidora da clínica, que de imediato acionou seus superiores informando a situação”, narrou o boletim policial.
No caso, a monitora confirma que chamou a enfermeira de plantão. Daí, o documento é concluído: “no local não foi constatado sinais de agressão, somente arranhões no braço, que segundo os funcionários [da clínica] a mesma se automutilava. Que a princípio não foi possível determinar a causa da morte”.
A Defensoria Pública, ao pedir a interdição da clínica, informou que havia informada que a paciente não poderia ficar no local e, sim, num hospital psiquiátrico.
A reportagem tentou conversar com a direção da clínica, mas não conseguiu. Foram deixados recados, mas não houve retorno. Se houver manifestado, este material será atualizado.
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