O presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Estevão Antônio Petrallás, firmou acordo com o Ministério Público para devolver R$ 128.477,24 aos cofres públicos.
O valor é referente ao débito atualizado da falta de prestação de contas de Petrallás quando atuava como dirigente da Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul.
O caso ensejou, inclusive, ação judicial, com sentença favorável à Fundesporte para receber o valor, já que repassou o dinheiro e não houve prestação de contas de como a verba foi aplicada.
No entanto, o MPMS viu possível caso de improbidade administrativa, uma vez que, como presidente atual da FFMS, ele não pode possuir dívida com o erário, sob pena de impedir a entidade de receber verba pública.
No início do ano, como representante da FFMS, Petrallás assinou acordo com a Fundesporte para receber verba de R$ 1.215.925,70. Em junho, a entidade de futebol recebeu mais R$ 200 mil a título de patrocínio da Sanesul (empresa pública de saneamento) para apoiar o Operário na Série D do Campeonato Brasileiro. Aliás, o clube já foi rebaixado.
Então, Petrallás concordou em garantir que a Liga de Futebol cumpra com o pagamento determinado na ação judicial. Com o MP, o presidente da FFMS ainda garantiu que, caso a entidade não realize o pagamento, ele mesmo irá desembolsar de seu próprio bolso, até a quitação da dívida.
Caso contrário, o MP irá comunicar o Poder Público a não realizar repasses à FFMS.
O acordo foi assinado pelo promotor de Justiça Gevair Ferreira Lima Jr. com Petrallás, no dia 18 de julho deste ano.
Em nota enviada à reportagem, a Fundesporte informou que o convênio “tramitou dentro dos requisitos legais aplicáveis”.
Em relação à não prestação de contas, a Fundesporte disse:
“Diante da ausência de prestação de contas adequada, a Fundesporte instaurou procedimento de Tomada de Contas Especial, promovendo o devido encaminhamento para a instauração do processo judicial de cobrança. Também foi realizado o lançamento da entidade convenente (Liga de Futebol Profissional) no Sistema Integrado de Administração Financeira dos Estados e Municípios (SIAFEM), com a devida negativação da instituição.
Com a instauração do processo judicial, a tramitação passou à responsabilidade da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), cabendo à Fundesporte o acompanhamento da ação por meio de sua Procuradoria Jurídica e da Unidade de Tomada de Contas. A Fundação ressalta que todos os procedimentos administrativos e legais foram adotados com o objetivo de ressarcir os cofres públicos.
No ano de 2025, nos autos de cumprimento de sentença nº 0839708-21.2017.8.12.0001, decorrente da ação de cobrança originada da referida Tomada de Contas Especial, foi firmado acordo judicial para pagamento do débito no valor de R$ 128.474,24, de forma parcelada.
Conforme decisão judicial datada de 6 de junho de 2025, foi homologado o acordo e suspensa a execução judicial pelo prazo de 47 meses, período estipulado para quitação da dívida. Assim, o pagamento está sendo realizado conforme os trâmites legais, administrativos e judiciais em curso”.
Já a FFMS, em nota oficial, disse que não é parte na ação judicial envolvendo a falta de prestação de contas da Liga, assim como não há sentença judicial direcionada à FFMS.
Ainda, disse que “o valor citado foi objeto de parcelamento judicial regular, estando a respectiva exigibilidade suspensa”.
A reportagem também tentou contato com Petrallás, que não respondeu aos questionamentos. O espaço segue aberto para manifestação.
FFMS implicada em desvios e reviravolta na diretoria
Desde maio do ano passado, a FFMS enfrentou o maior escândalo de sua história. Equipe do Gaeco bateu à porta do então presidente, Francisco Cezário de Oliveira, para prendê-lo, sob acusação de desvios na monta de R$ 10 milhões de recursos públicos recebidos pela entidade.
Então, ele acabou afastado do cargo e a presidência ficou sob o comando de Petrallás, o que, inicialmente, ocorreu de forma provisória após intervenção da CBF — entidade máxima do futebol brasileiro.
Assim, em outubro, o grupo que comandava a FFMS interinamente promoveu assembleia extraordinária destituindo oficialmente Cezário do cargo, que hoje tem salário de R$ 215 mil.
Desde então, Cezário move ação na Justiça e insiste com ‘enxurrada’ de recursos para tentar anular a eleição e voltar ao cargo ‘no tapetão’. Por enquanto, sem sucesso.
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