O Consórcio Guaicurus é uma entidade privada que agrega quatro empresas do transporte coletivo de Campo Grande. Assim, é quem assina o contrato de concessão do transporte urbano da Capital e quem deveriaindenizar clientes feridos em ônibus velhos, por exemplo.
No entanto, em dezenas de processos na Justiça movidos por passageiros que sofreram danos ou perdas com problemas nos ônibus, o Consórcio Guaicurus alega que não realiza o transporte coletivo de passageiros. Dessa forma, tenta sempre ‘jogar’ a responsabilidade sobre as empresas as quais fazem parte do próprio grupo.
Enquanto isso, move diversas outras ações cobrando mais dinheiro público, alegando que o transporte de passageiros caiu e que a tarifa está defasada.
Num processo recente, o Consórcio tentou emplacar a manobra para se livrar da responsabilidade de indenizar cozinheira que acabou ferida após ficar com a perna presa na porta do veículo, ao desembarcar. Ela sofreu diversos ferimentos e é mais uma passageira entre muitos que busca receber indenização pela má prestação de serviço do Consórcio.

No entanto, site do Consórcio mostra atender necessidade de deslocamento da população como missão.
A situação dos ônibus velhos que o Consórcio coloca nas ruas é problema relatado diariamente pelos leitores do Jornal Midiamax à reportagem.
Apesar da diretoria do Consórcio alegar ‘dificuldade financeira’, nova perícia contratada por R$ 272 mil pelos próprios empresários do ônibus mostra que o grupo teve lucro líquido (valor que sobra após todos os pagamentos) de R$ 27,2 milhões de 2013 a 2024.

No entanto, site do Consórcio mostra atender necessidade de deslocamento da população como missão (Reprodução)
Somente de receita, o Consórcio Guaicurus obteve R$ 1,8 bilhão, ou seja, de dinheiro que entrou no caixa da empresa.
Ou seja, apesar de ter milhões em caixa, as empresas de ônibus insistem em manter veículos velhos nas ruas. Recentemente, a prefeitura de Campo Grande mandou o Consórcio Guaicurus tirar 98 ônibus sucateados de circulação e substituir por novos.
A frota sucateada é alvo de CPI na Câmara Municipal de Campo Grande.
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Consórcio Guaicurus leva invertida de juiz
Aliás, as tentativas de ‘se livrar’ da responsabilidade de indenizar clientes são derrubadas na Justiça.
No processo citado na reportagem, o juiz Tito Gabriel Cosato Barreiro não caiu e negou retirar o Consórcio Guaicurus como réu no processo.
Em decisão publicada no dia 15 de maio, o magistrado confirma que o Consórcio é responsável pelo transporte de passageiros. “Não há falar em ilegitimidade do Consórcio Guaicurus, uma vez que a demanda tem causa de pedir fundada na ocorrência de acidente sofrido pela autora no interior do ônibus que presta serviço público de transporte municipal, nesta Capital”.

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Cozinheira pede indenização após ficar com perna presa em porta de ônibus
Cozinheira de 56 anos que sofreu lesões ao cair de ônibus em Campo Grande acionou o Consórcio Guaicurus na Justiça, pedindo indenização de R$ 23.550.
Conforme o processo, em março de 2024, a passageira estava indo trabalhar, quando caiu ao descer do ônibus. Ela alega que o motorista não esperou ela desembarcar totalmente e fechou as portas, fazendo-a cair ao chão, já que ficou com as pernas presas.
Assim, ela sofreu diversas lesões e hematomas. O Samu foi acionado e levou a trabalhadora até uma UPA, onde recebeu atendimento.
Então, a mulher acionou a Justiça, alegando imprudência do motorista, que ocasionou diversos prejuízos materiais — celular, óculos e prótese dentária quebraram — e morais.
O caso tramita na 2ª Vara Cível de Campo Grande.
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