O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) arquivou a denúncia contra a vereadora Isa Marcondes (Republicanos) por fiscalização supostamente indevida e exposição de médicos nas redes sociais, em Dourados.
No entendimento do promotor de Justiça, Amílcar Araújo Carneiro Júnior, as denúncias contra a parlamentar são pontuais contra os profissionais e devem ter investigações criminais pelas autoridades competentes.
“[…] prática deve ser investigada criminalmente por meio de ato próprio impulsionado pelas supostas vítimas, tendo como destinatário a autoridade competente, para a deflagração de investigação em caderno inquisitivo com base em indícios mínimos da materialidade e autoria das infrações penais”, diz.
A denúncia menciona atos de coação, ameaça e assédio contra os profissionais da saúde de Dourados. Os atos teriam acontecido nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e no Hospital da Vida.
Isso porque a vereadora teria adentrado rotineiramente em áreas restritas, incluindo a área vermelha — local destinado a pacientes em estado grave e com alto risco de contaminação.
Por outro lado, a parlamentar se defendeu dizendo que as fiscalizações acontecem com a chefia imediata do local, que a orientam onde deve ou não entrar.
Arquivamento
Além disso, os denunciantes também relatam que Isa xinga a classe médica, chamando-os de “jumentos”, “preguiçosos” e “incompetentes”.
Segundo eles, essas condutas têm provocado reações negativas entre seus seguidores nas redes sociais, instigando a população contra os profissionais de saúde. Entretanto, o promotor promoveu o arquivamento do caso.
Disputas continuam
O caso arquivado começou a tramitar em janeiro de 2025, mas as fiscalizações da vereadora começaram ainda quando ela, que foi a mais votada de Dourados em 2024, não tinha sido diplomada.
E não pararam por aí. No mês passado, uma das ‘batidas’ terminou na delegacia, após bate-boca entre a vereadora e um médico. Ela acabou como alvo de ação civil coletiva com pedido de liminar para retirar das redes sociais os vídeos feitos em unidades de saúde.
O processo movido pelo Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) pede multa de R$ 50 mil para cada caso de descumprimento.
A parlamentar já se livrou de um pedido de cassação do mandato protocolado por um médico na Câmara de Vereadores de Dourados. O profissional da saúde alegou que a política promovia ‘pão e circo’ aos seguidores, em troca de likes nas redes sociais. O pedido passou por apreciação dos vereadores, mas acabou rejeitado na ocasião.
Caso de polícia
A discussão envolvendo a vereadora e um clínico geral da Unidade Básica de Saúde do distrito de Indápolis terminou em denúncia de desacato e difamação. O caso, com acusações mútuas, aconteceu na tarde e se estendeu até a noite.
O incidente expôs tensões entre a fiscalização do serviço público e a atuação dos profissionais de saúde na cidade. Segundo relatos, a vereadora teria comparecido ao posto de saúde onde o médico trabalha, questionando sua presença e horários de atendimento.
A discussão entre os dois ficou acalorada e resultou na alegação de voz de prisão por parte da vereadora. Os servidores acionaram a Guarda Municipal e, juntamente com a Polícia Militar, acompanharam os envolvidos até a Depac (Delegacia de Prono Atendimento Comunitário).
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