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Política

Após parar na delegacia por bate-boca com médico, vereadora dona de zona vira alvo de processo

Vereadora de Dourados, Isa Marcondes (Republicanos) trocou xingamentos com médico nesta semana e os dois foram parar na delegacia
Thalya Godoy -
Vereadora Isa Marcondes (Republicanos) (Reprodução Redes Sociais)

Vereadora de , Isa Marcondes (Republicanos) virou alvo de ação civil coletiva com pedido de liminar para que retire das redes sociais os vídeos feitos em unidades de saúde sem autorização. O processo movido pelo Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de ) pede multa de R$ 50 mil para cada caso de descumprimento. 

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A parlamentar é conhecida pelo apelido de “cavala” e por ter sido eleita com o slogan “a cidade está uma zona e de zona eu entendo”, por ser proprietária de bordel. 

Nas redes sociais, ela publica fiscalizações nas unidades de saúde de Dourados expondo reclamações da população. Contudo, profissionais da saúde alegam que a vereadora promove perseguição e uma visão sensacionalista sobre o funcionamento dos atendimentos. 

Na ação civil coletiva é alegado que a vereadora “vem praticando abuso de autoridade, atacando, ofendendo, intimidando e ameaçando profissionais médicos atuantes no Município de Dourados-MS, durante o horário de expediente e no exercício da função pública”. 

Há menos de um mês a vereadora se livrou de um pedido de cassação do mandato protocolado por um médico na Câmara de Vereadores de Dourados. O profissional da saúde alegou que a política promovia “pão e circo” aos seguidores, em troca de likes nas redes sociais. O pedido foi apreciado pelos vereadores, mas foi rejeitado na ocasião. 

Sindicato move ação

“Faz-se necessário um provimento jurisdicional, não para impedir a legítima fiscalização dos serviços públicos pelo Parlamento, mas para limitar e coibir os claros excessos e abusos cometidos pelo Réu, os quais prejudicam os serviços de saúde e lesam direitos da personalidade de médicos e paciente”, aponta a ação.

O presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana Silveira, avalia como graves atitudes, como as da vereadora Isa Marcondes, que têm incitado o ódio da população contra os trabalhadores. Somente em 2024, teriam sido registrados mais de 200 boletins de ocorrência de violência contra profissionais da saúde em Mato Grosso do Sul.

O representante da categoria afirma que a vereadora tem tentado atribuir aos médicos a culpa pela falta de recursos no SUS (Sistema Único de Saúde). “A gente sabe que essas unidades de saúde muitas vezes não tem insumos, medicações, locais adequados pra fazer atendimento, não tem segurança para fazer esse atendimento e a vereadora ela vem se enchendo para colocar a situação de pública como culpa dos profissionais, individualmente”, analisa.

Marcelo também acusa a vereadora de não propor soluções concretas para a saúde, utilizando as redes sociais para se autopromover colocando em risco a integridade dos profissionais de saúde. “A gente vê isso como uma atitude de autopromoção, que gera desinformação na sociedade de Dourados, colocando a opinião pública contra esses profissionais e, principalmente, tirando o foco principal que é a cobrança do gestor municipal que tem que garantir as melhorias de saúde”, cobra o presidente.

O sindicato pede a remoção dos vídeos das redes sociais em que aparecem funcionários e pacientes nas unidades de saúde sem autorização. Ainda pede que as fiscalizações sejam feitas em casos de “razões legítimas” e que se abstenha de postar na internet. 

De acordo com o advogado do sindicato, Márcio Almeida, a decisão da diretoria do Sinmed-MS foi tomada após uma série de casos envolvendo a vereadora. Esta é a primeira vez que a entidade move uma ação do gênero. “É uma medida inédita, mas necessária porque o que nós temos visto é uma situação bastante calamitosa”, apontou.

O Midiamax solicitou uma nota à vereadora sobre o processo e aguarda resposta. O espaço segue aberto para manifestações. 

Caso de polícia

Confusão aconteceu durante visita ao do distrito (Foto: Reprodução, Instagram)

A discussão envolvendo a vereadora Isa Marcondes (União Brasil) de Dourados e um clínico geral da Unidade Básica de Saúde do distrito de Indápolis terminou em denúncia de desacato e difamação. O caso, com acusações mútuas, aconteceu na tarde dessa quinta-feira (3) e se estendeu até a noite.

O incidente expôs tensões entre a fiscalização do serviço público e a atuação dos profissionais de saúde na cidade. Segundo relatos, a vereadora teria comparecido ao posto de saúde onde o médico trabalha, questionando sua presença e horários de atendimento.

A discussão entre os dois ficou acalorada e resultou na alegação de voz de prisão por parte da vereadora. A Guarda Municipal foi acionada e juntamente com a Polícia Militar acompanharam os envolvidos até a Depac (Delegacia de Prono Atendimento Comunitário).

Em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, os advogados do médico, Vilson Lopes e Maisson Pereira, argumentaram que a vereadora tem extrapolado a função de fiscalizar e suas ações podem causar riscos à integridade dos profissionais.

“A vereadora vem cometendo uma série de arbitrariedades perpetradas, principalmente contra os servidores públicos da área de saúde, de médicos, enfermeiros, porque o intuito de fiscalizar, ela vem expondo e causando risco à própria integridade do pessoal da saúde pública”.

Os advogados do médico informaram que serão tomadas as providências cabíveis em relação aos abusos cometidos pela vereadora, incluindo a possibilidade de ações cíveis por danos morais e queixas-crime por injúria, calúnia e propagadas pela internet.

A vereadora não quis gravar entrevista, mas afirmou à reportagem que apenas estava cumprindo seu trabalho como fiscal dos serviços que são prestados pelos servidores públicos à população. Segundo ela, existem diversas reclamações contra o médico e sua conduta enquanto profissional da saúde.

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