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Transparência

Justiça determina perícia para avaliar fraudes no contrato de R$ 59 milhões do Sigo

Compnet é alvo de ação que pede o fim do contrato milionário com a Sejusp
Gabriel Maymone -
Sejusp mantém contrato de R$ 59 milhões com Compnet por sistema Sigo (Divulgação)

O contrato de R$ 59 milhões que a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) mantém com a Compnet deverá passar por perícia técnica especializada para apurar possível sobrepreço e utilização irregular de USTs (Unidade de Serviço Técnico), que é a medida utilizada para realizar os pagamentos.

A empresa detém contrato de R$ 59 milhões com a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) para fornecer o sistema Sigo, usado para registrar boletins de ocorrência e outros serviços. A Compnet de Adriano Chiarapa foi contratada por inexigibilidade de licitação e é alvo de ação do Ministério Público que aponta indícios de fraude na licitação e sobrepreço no contrato.

Aliás, série de reportagens do Jornal Midiamax revelou que a Sejusp já gastou mais de R$ 105 milhões com o sistema da Compnet, que oferece sistema ‘problema’. Inclusive, nesta segunda-feira, ficou 9 horas fora do ar.

A reportagem também mostrou que Mato Grosso do Sul paga até 42 vezes mais caro no contrato em relação a outros estados do país. Ainda, que o governo federal disponibiliza, gratuitamente, sistema de segurança pública que é utilizado em Roraima, por exemplo.

Com a decisão, o juiz responsável pelo caso, Eduardo Lacerda Trevisan, deverá designar perícia técnica para avaliar o contrato.

Para os desembargadores do (Tribunal de Justiça de ), é necessário haver o máximo de provas possíveis para instruir o processo. “Tais matérias demandam conhecimentos específicos de informática e auditoria técnica, não acessíveis ao senso comum do magistrado”, diz trecho do voto do relator, desembargador Paulo Alberto de Oliveira.

Juiz diz que há indícios de corrupção em contrato

Adriano Chiarapa, proprietário da Compnet. (Reprodução)

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Ao negar pedido da Compnet para encerrar a ação, o juiz esclareceu que a denúncia do MP (Ministério Público) apresenta “indícios do direcionamento do processo licitatório em favor da empresa requerida, com a dispensa de licitação – apesar da existência de outras empresas qualificadas que adotam sistema similar para a mesma finalidade, conforme demonstrado pelo Ministério Público Estadual (fl. 6) – e do superfaturamento de R$ 58.440.000,00 no contrato n.º 32/2021 firmado com o estado do Mato Grosso do Sul, causando prejuízo ao erário”.

Ainda, o magistrado manteve o proprietário da Compnet, Adriano Aparecido Chiapara, como réu na ação, “uma vez que seria o beneficiário direto do lucro indevidamente auferido […] a princípio, pertinência subjetiva para responder à presente ação”.

Também negou pedido apresentado pelo Estado para encerrar a ação. Para o juiz, “a inicial apresenta indícios de práticas ilícitas que caracterizariam ato de improbidade que causa lesão ao erário, mais precisamente decorrente do fato de frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva” e de “permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente”.

Compnet multada em R$ 9,5 milhões

Sigo. (Reprodução)

No mês passado, a Compnet perdeu recurso no TJMS. Por unanimidade, desembargadores da 2ª Câmara Cível do TJMS negaram recurso da Compnet e mantiveram multa administrativa de R$ 9.573.864,00 aplicada pela CGE (Controladoria-Geral do Estado) por fraude contratual, por sobrepreço na cobrança de USTs (Unidades de Serviços Técnicos).

A CGE concluiu as seguintes irregularidades no contrato:

  • Fraude na execução do contrato, em razão da subcontratação indevida, do recebimento indevido de USTs, contido nos Anexos I e II do Termo de Referência, e de comportamento inidôneo.
  • Sobrepreço do valor do contrato e no valor das USTs contratuais.

Sejusp turbina contrato

Mesmo com processo tramitando na Justiça e após a própria CGE apontar fraudes por parte da Compnet, a Sejusp aditivou contrato e repassou mais R$ 3,3 milhões à empresa detentora do Sigo.

Conforme publicado em edição extra do Diário Oficial, a Segurança Pública de MS empenhou R$ 3.342.470,96 para a empresa. Desse total, R$ 281.843,32 são referentes ao “reajuste no valor global do contrato, passando de R$ 59.573.730,15 para R$ 59.855.573,47”.

Assim, o extrato de empenho assinado pelo secretário, Antônio Carlos Videira, justifica: “Reajuste de R$ 281.843,32, conforme AUTORIZAÇÃO DA SEFAZ E SEJUSP, ANEXAS”.

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(Revisão: Bianca Iglesias)

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